Responsável pelo abastecimento de energia no Piauí, a distribuidora Equatorial Piauí informou neste domingo (3) que conseguiu restabelecer completamente o fornecimento em Teresina, que enfrentava com falta de luz desde a noite do dia 31 de dezembro. A situação levou teresinenses a temerem por um revival do apagão que deixou o Amapá às escuras em novembro.
Em nota, a empresa diz que “100% das ocorrências coletivas” foram restabelecidas. Segundo a Equatorial, isso significa que foram solucionadas todas as interrupções que atingiam mais de um cliente. “A força tarefa realizada pela distribuidora segue agora tratando os casos isolados e pontuais”, diz o texto.
Os problemas começaram durante um temporal na capital piauiense. Segundo a Equatorial, ao menos 280 árvores caíram sobre a rede de distribuição de eletricidade do município, tornando necessário reconstruir parte da infraestrutura. “As fortes chuvas geraram severos danos à rede elétrica”, argumentou a empresa. “Em função da gravidade dos danos causados ao sistema elétrico, os trabalhos de recuperação tiveram alta complexidade e tempo de recomposição maior.”
O longo período gerou protestos nas ruas e em redes sociais. Na tarde deste sábado (2), moradores da região norte da cidade protestaram em duas avenidas por causa do problema. Eles queimaram pneus e interditaram as pistas gritando “queremos energia”.
O universitário Andrew Amorim, 20, estava na cozinha ajudando a mãe com os pratos da ceia quando começou a chover forte. Adiante deles, um apagão que durou três dias em Ininga, bairro de classe média onde fica a Universidade Federal do Piauí. Ele compartilhou uma foto nas redes em que ironiza: “Imagens ao vivo das equipes especializadas que foram mobilizadas para resolver o problema complexo da rede energizada”. Está em sua rua, completamente vazia.
O blecaute por ali, diz à Folha, é reincidente. “O interessante é que no Natal ocorreu uma chuva leve, sabe? Não teve essa história de que ‘caíram 280 árvores pela cidade’, mas mesmo assim a energia caiu por volta das 23h e só voltou às 5h. Na véspera do Ano-Novo foi pior. A luz só voltou em sua vizinhança na manhã de domingo (3), e de forma instável, conta.
O apagão de informações não ajudou, afirma o estudante. “Se eles tivessem explicado de fato o problema, acho que a angústia teria sido menor, principalmente porque a gente mora em uma capital e não espera esse tipo de situação, mas a partir do momento em que elas não nos informam sobre nada e a gente fica três dias seguidos sem energia, não tem como não pensar na desgraça que aconteceu no Amapá.”
A Equatorial diz que mobilizou 82 equipes de atendimento emergencial, sendo 15 de manutenção pesada, e manteve quase 300 colaboradores trabalhando em tempo integral desde o início da crise para restabelecer do abastecimento.