Neste Carnaval é primordial os cuidados com alimentação, desde pessoas saudáveis, até aquelas que sofrem de alguma comorbidade.
Segundo a nutricionista do Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), Dayana Alencar, para quem tem comorbidades, os cuidados com a alimentação e a ingestão de água durante as festas devem ser redobrados. “Deve-se atentar para os horários das refeições e ter sempre lanches disponíveis para não correr o risco de passar muito tempo em jejum. Vale ressaltar que água de coco não é recomendada para quem tem diabetes e hipertensão, devido à quantidade de frutose e de sódio presentes. Se a nutricionista não liberou o consumo antes do Carnaval, não arrisque no meio da folia”, aconselha.
A profissional recomenda que pessoas com diabetes ou hipertensão também evitem as bebidas alcoólicas. “Diabetes e hipertensão não combinam com o consumo de álcool, o ideal é evitar. A bebida alcoólica interage de forma negativa com as medicações de uso contínuo desses indivíduos. Mas caso queira, que seja em quantidades pequenas e jamais em jejum, pois o consumo do álcool tende a dar hipoglicemia, o que é um risco para pessoas com diabetes”, completa.
População deve estar atenta à hidratação
A recomendação de se alimentar bem antes da folia se estende também para quem não tem esses problemas de saúde. “Quem vai brincar Carnaval deve evitar jejuns prolongados. Recomendo fazer as três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) bem reforçados e sempre andar com lanchinhos durante a folia, como frutas frescas ou secas, castanhas, além de consumir vegetais, principalmente os verdes escuros, que ajudam no processo de desintoxicação, auxiliando o trabalho do nosso fígado”, enumera.
Quem vai para as ruas durante os dias de festa, também deve evitar frituras e alimentos muito gordurosos. “A digestão desses alimentos é mais lenta e pode prejudicar a diversão; assim como aqueles lanches cheios de molhos, porque não se tem como saber a procedência dos ingredientes e nem o tempo que esses alimentos ficaram expostos ao calor”.
Com as altas temperaturas, a hidratação deve ser redobrada. “O ideal é não esperar ter sede. Ande com uma garrafa de água para garantir sua hidratação. Como a bebida alcoólica desidrata o corpo, mantenha a ingestão de água em conjunto. A medida é de 100ml de água para cada 350ml de cerveja. Se for bebida destilada, aumente ainda mais a quantidade de água”, observa a nutricionista.
Álcool deve ser usado com moderação
A psiquiatra e coordenadora do módulo de dependência química da residência em Psiquiatria do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), Lisiane Cysne, destaca que não existe um nível seguro para o consumo de álcool. “O mecanismo de eliminação do álcool é influenciado por vários fatores, como o percentual alcoólico da bebida, a presença de um fígado saudável, de um rim saudável, de gordura no corpo, se há alimento no estômago, cirurgia bariátrica, entre outros”.
Para a psiquiatra, a melhor forma de consumir álcool sem ter grandes prejuízos, é se conhecer e avaliar como está a sua saúde mental. “O álcool não deve ser utilizado para evitar o contato com algum sofrimento e nem para diminuir inibições. Também é fundamental uma boa hidratação e buscar ajuda quando estiver passando dos limites”, esclarece.
Outra dica é beber mais devagar, principalmente em caso de consumo de destilados. “Em geral, começamos a consumir bebidas fermentadas e com um menor teor alcoólico, como a cerveja. Depois, passamos para as que possuem um maior teor alcoólico, como vodka, whisky, cachaça. Se você consumir as destiladas na mesma velocidade da cerveja, por exemplo, pode se embebedar mais rápido”, explica.
A médica também chama a atenção para a importância de evitar o álcool em caso de dependência química, pois pode estimular recaídas. “Quem bebe pode ter dificuldades de decisão e voltar a usar substâncias ilícitas, por estar embriagado”, diz.
Ela explica que a associação do álcool com outras drogas é potencialmente perigosa em todos os aspectos. Para quem faz uso de remédios psiquiátricos, por exemplo, existe o risco de convulsionar ou de esquecer de tomar os medicamentos. “No caso do uso de duas substâncias depressoras, o risco de acidentes é aumentado e no caso de substâncias com efeitos contrários, como é o caso do álcool e da cocaína, há a possibilidade de aumentar o uso das duas substâncias”, completa.