O Sistema Sinal de Comunicação entrevistou, em duas oportunidades, nesta sexta-feira (12), Guilherme Bismarck, Secretário-Chefe da Casa Civil do município de Aracati. Em ambas ocasiões o responsável por uma das pastas mais importantes da gestão pública local abordou diversos assuntos de interesse público. Para além de perguntas voltadas para a governabilidade municipal, Guilherme respondeu perguntas voltadas ao seu profissional e às atribuições de sua secretaria.
No Passando Geral, apresentado por Luiz Bilal e Ellen Castro, o Secretário esteve presencialmente e respondeu algumas perguntas específicas em relação ao combate à pandemia, vacinação, isolamento social rígido, seleção para contratação de pessoal, entre outros. Já no Jornal Sinal News apresentado, de forma remota, Guilherme embarcou no campo político, abordando assuntos similares, mas fazendo análises e tecendo comentários sobre a política local.
Acompanhe as perguntas que foram feitas ao Secretários e suas respostas.
Quem é o profissional por trás do cargo de Secretário da Casa Civil? currículo, qualificações, experiências. E quais as aspirações em relação a vida pública?
Eu sou um publicitário, formado em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade. Tenho MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e tenho também MBA em gestão pública pela FVJ. Eu sempre tive um interesse muito grande pelo marketing político, foi meu trabalho de conclusão de curso já na publicidade, até pelo caminho que eu tenho dentro de casa. É comum você ver o pai médico, o filho seguir médico. A pessoa tem uma carreira política, então o filho se torna político. O que eu converso a noite com meu pai até umas 2 horas da manhã, que a gente fica despachando, conversando, não é nada mais, nada menos, do que o trato com a gestão pública, o trato com as coisas, o que pode fazer de benefícios para a cidade. O que se pode fazer melhoramento. Então esse é o Guilherme, eu vim por um desejo do meu pai que ele não colocou muito claramente, mas sentia que ele precisava de mim, pois esse é o maior desafio da vida dele, quando ele assumiu a prefeitura. Diferente da Secretaria de Estado que ele passou, da Embratur, dos oito anos como Deputado, onde ele sempre viveu sozinho, nunca deixava nem eu nem meu irmão entrar dentro do gabinete dele. Essa semana inclusive eu ouvi eu esse tipo de comentário de novo, é o filho [filho do prefeito], eu tenho um orgulho enorme de ser filho do prefeito, me porto como profissional e com toda a ética que eu aprendi dentro de casa, aliás eu já ouvi o contrário: como assim você não faz isso ou aquilo? você é o filho do prefeito! Como é que pode isso, você trabalhar de segunda a sexta, até 9 horas da noite? você é o filho do prefeito! Isso não me abala, porque não cola.
Quais são suas responsabilidades enquanto Secretário da Casa Civil? Quais as atribuições desta Secretaria?
A Casa Civil, ela coordena todas as outras secretarias, em que sentido? todos os projetos determinados pela Gestão Pública, de tudo, desde a compra de equipamentos para o hospital ao horário de professor, é exatamente o que os outros chamam de secretaria de governo. Muitos projetos são intersetoriais, eles perpassam por todas as secretarias, às vezes tem projetos na área que envolve meio ambiente e saúde ou então saúde e esporte e assim vai, então a Casa Civil ela vai para poder da celeridade. Às vezes o secretário tem muita coisa pra resolver, então ele resolve comigo, em outro momento teria que tá resolvendo com o prefeito e o prefeito tem que estar livre para sonhar e pensar o Aracati. O “chão de fábrica” tem que ser tocado por nós mesmos. Alguns maldosamente me chamam de “prefeito interino”, que orgulho! O prefeito ele não tem que tomar conta de limpeza da rua, quem tem que fazer isso são os assessores, o prefeito só tem que estar ciente de tudo. Pequenos problemas ou problemas do dia a dia quem tem que tomar de conta é o Secretário da Casa Civil e Chefe de Gabinete, e todos os secretários e assessores envolvidos na gestão, assim se faz uma gestão pública correta e direita.
Quais os maiores desafios enfrentados por você aqui na cidade de Aracati e quais os maiores choques que você tomou aqui no município?
É até difícil eu citar o maior desafio que eu tive nessa mudança e nesse começo de trabalho na Casa Civil. Eu já tinha trabalhado em outras gestões públicas, estava trabalhando no governo do Distrito Federal, são duas culturas bastante diferentes. A empresa pública que eu trabalhava tinha um orçamento duas vezes maior que o do Aracati, então eu acho que o maior desafio foi chegar e não ter prefeitura, não ter estrutura física, não tinha gabinete, não tinha mesa, cadeira, tudo muito “distiorado” como o prefeito fala. Não tinha computador, não tinha funcionários, então a gente fez concurso para mais de 300, elas foram chamadas para poder começar a criar um histórico na Prefeitura de Aracati. Por que eu sou passageiro, todos nós aqui somos passageiros, nossa instituição ela permanece, nós estamos aqui colaborando com nosso trabalho, nosso suor. A gente tem que pensar nisso! Então, acho que o maior desafio foi chegar e de fato não ter a prefeitura, não ter as coisas institucionalizadas, esse foi o maior desafio. Foram muitos choques, de saber coisas que não sei nem se são republicanas falar, que diziam que aconteceu na gestão passada. As pessoas chegavam e diziam: mas era assim que funcionava! E eu ficava: como assim “era assim que funcionava?”. Sempre chegavam para mim e diziam: é assim que funciona as coisas. Pagavam coisas pela Secretaria de Finanças com talão de cheque. Então é uma série de coisas que eu me perguntava, como assim? hoje não fazem mais sentido. Todas as pessoas que trabalham na gestão pública e muitos dos vereadores que passaram a conhecer a nossa forma de gerir começaram a ver que era um mal costume administrativo.