“Esta pandemia não foi a ‘big one’. Foi um toque de despertador para que invistamos em mais ciência, logística, treinamento e comunicação, para enfrentar futuras pandemias mais letais”, afirmou nesta segunda (28) Michael Ryan, diretor-executivo da OMS (Organização Mundial da Saúde). Segundo Ryan, o Sars-Cov-2, que já contaminou mais de 80,5 milhões de pessoas no mundo e deixou ao menos 1,76 milhão de mortos, é muito transmissível, mas sua letalidade é relativamente baixa.
Os países não conseguem dar conta nem mesmo da atual pandemia de Covid-19, segundo o epidemiologista canadense Bruce Aylward, consultor sênior da OMS: “Basta ver as segundas e terceiras ondas”. “Podemos estar mais preparados, mas não inteiramente preparados nem para esta pandemia, que dirá para uma próxima”, disse ele.
A OMS também afirmou que as variantes do coronavírus detectadas no Reino Unido e na África do Sul são diferentes entre si, embora ambas apresentem alterações na espícula (estrutura usada pelo vírus para penetrar nas células). Segundo a entidade, ainda não há evidências suficientes sobre impacto delas sobre a pandemia e sobre as vacinas.
Maria van Kerkhove, líder técnica da OMS para Covid-19, disse que estão sendo feitos estudos em laboratório para entender como as variantes interagem com células humanas, como as células pulmonares, por exemplo, e qual o efeito dos anticorpos sobre essas variantes. Os resultados podem levar semanas, segundo ela.






