A crise enfrentada pela Enel Distribuição São Paulo nas últimas semanas ampliou o nível de atenção sobre a atuação do grupo em outros estados, incluindo o Ceará. O apagão provocado por fortes ventos na capital paulista e na Região Metropolitana deixou milhões de consumidores sem energia por vários dias e gerou forte reação de autoridades estaduais e federais, que passaram a discutir, junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a possibilidade de abertura de processo para rompimento da concessão da empresa em São Paulo.
Diante da repercussão nacional do caso, a operação da Enel no Ceará também passou a ser observada com maior rigor por órgãos de fiscalização. No estado, a concessionária acumula histórico recente de penalidades aplicadas pela Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce), incluindo multa de quase R$ 20 milhões por falhas no atendimento comercial, problemas na leitura de consumo, faturamento e comunicação com os consumidores. A empresa já havia sido autuada anteriormente por descumprimento de prazos e irregularidades na prestação do serviço.
Além das sanções administrativas, o fornecimento de energia no Ceará tem sido impactado por ocorrências recorrentes, como interrupções no interior do estado e furtos de cabos da rede elétrica, que deixaram centenas de milhares de imóveis temporariamente sem energia ao longo do ano. Os episódios aumentaram o número de reclamações junto aos órgãos reguladores e de defesa do consumidor.
Com a pressão sobre a Enel em São Paulo e o histórico de ocorrências no Ceará, reguladores reforçam a fiscalização sobre a concessionária, enquanto consumidores seguem sendo orientados a registrar formalmente reclamações em casos de falhas no serviço. A Aneel acompanha os desdobramentos do caso paulista, que pode influenciar diretamente o nível de exigência e controle sobre as operações da empresa em todo o país.






