O Atlético-MG levou 50 anos para voltar a conquistar o Campeonato Brasileiro. Terminado o jejum, precisou de 13 dias para festejar novo título nacional. O time alvinegro derrotou o Athletico por 2 a 1 na noite de quarta-feira (15), em Curitiba, e faturou a Copa do Brasil.
A taça já havia sido muito bem encaminhada no último domingo (12), com uma vitória por 4 a 0 no Mineirão, em Belo Horizonte, no jogo de ida. Na partida de volta, na Arena da Baixada, Keno e Hulk marcaram. Jaderson descontou no final.
Campeão mineiro no primeiro semestre, o elenco comandado por Cuca termina a temporada com uma inédita tríplice coroa na história atleticana.
Desde sua fundação, em 1908, o clube bateu na trave duas vezes. Em 2013, ano em que ganhou a Libertadores pela primeira vez, também havia sido campeão estadual, mas não conseguiu o terceiro título. Na temporada seguinte, faturou a Recopa Sul-Americana e a Copa do Brasil, sem sucesso na busca por um terceiro troféu.
O ano de 2021, portanto, ficará marcado como aquele em que o time de Minas Gerais conquistou mais títulos em sua história de 113 anos. Na Copa Libertadores, desta vez, a caminhada parou nas semifinais.
A tríplice coroa faz o Atlético igualar um feito de seu maior rival, o Cruzeiro. Em 2003, o time celeste ganhou o Mineiro, a Copa do Brasil e o Brasileiro. A marca era motivo de provocação aos atleticanos, que agora festejam mais uma conquista enquanto o adversário fica preso à Série B.
Antes de comemorar nova conquista, os atleticanos passaram por um momento tenso na chegada à Arena da Baixada. Os ônibus que levavam a delegação foram atingidos por diversos objetos atirados por torcedores do Athletico. Ninguém se feriu.
Em campo, com uma vantagem inédita em finais de Copa do Brasil, torneio iniciado em 1989, o time de Cuca mostrou que a tentativa de intimidação não surtiu efeito. Pelo contrário, ainda no primeiro tempo, os visitantes ampliaram o placar agregado da decisão.
Aos 19 minutos, Pedro Rocha, escolhido para substituir Nikão, machucado, até chegou a abrir o placar, no entanto o gol foi anulado porque ele conduziu a bola com a mão. Cinco minutos depois, aos 24, o time de Minas abriu o placar com Keno após contra-ataque.
Antes do intervalo, Hulk quase fez mais um, por cobertura. Já na segunda etapa, o Athletico teve outro gol anulado, aos 10 minutos. Desta vez, Vinicius Mingotti balançou a rede, mas a revisão em vídeo confirmou o impedimento anotado pelo bandeira.
Aos 30, Hulk fez o segundo dos visitantes, após contra-ataque que o deixou na cara do gol.
Com 6 a 0 no placar agregado, a torcida atleticana só curtia ainda mais o jogo à espera do apito final. Os torcedores do Athletico não deixaram de apoiar o time e também cantaram até o fim da partida. Ao menos puderam comemorar o gol de honra, de Jaderson, aos 41.
Somando as premiações pelas conquistas do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, o Atlético-MG vai embolsar R$ 104 milhões –R$ 33 milhões pelo torneio de pontos corridos e R$ 71 pelo de mata-mata.
Já o Athletico, pelo vice, leva R$ 23 milhões, que serão somados aos R$ 15 milhões acumulados até a final, além dos R$ 37 milhões pelo título da Copa Sul-Americana, conquistada em novembro.
ATHLETICO-PR
Santos; Marcinho (Khelvven), Pedro Henrique, Zé Ivaldo e Abner; Erick, Léo Cittadini (Fernando Canesin), Christian (Jader), Pedro Rocha (Jaderson) e Ternas; Renato Kayzer (Vinicius Mingotti). T.: Alberto Valentim
ATLÉTICO-MG
Everson; Mariano, Réver (Igor Rabello), Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan, Jair (Tchê Tchê) e Zaracho (Savarino); Keno (Calebe), Hulk (Eduardo Sasha) e Vargas (Nacho Fernández). T.: Cuca
Estádio: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Assistentes: Marcelo Carvalho (SP) e Rafael da Silva (RS)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS)
Cartões amarelos: Renato Kayzer, Abner e Léo Cittadini (CAP); Vargas e Jair (CAM)
Gols: Keno (CAM), aos 24’/1ºT; Hulk (CAM), aos 30′, e Jaderson (CAP), aos 41’/2ºT