A febre oropouche, transmitida pelo mosquito maruim, já foi diagnosticada em 209 pacientes no Ceará, segundo o boletim da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) de 30 de agosto, um aumento de 38 casos em relação à semana anterior. O vírus OROV, identificado em maio, está restrito a sete municípios do Maciço de Baturité, sendo Capistrano (59 casos), Aratuba (46) e Mulungu (28) os mais afetados.
A maioria dos infectados reside na zona rural e abrange todas as faixas etárias, com destaque para jovens e adultos entre 30 e 49 anos. Também foram registrados casos em crianças de 5 a 14 anos e a presença do vírus em um feto de uma gestante que sofreu perda gestacional. O Ministério da Saúde investiga se a febre oropouche foi a causa da morte do bebê.
Os sintomas mais comuns incluem febre, dor no corpo e dor de cabeça. Não há relatos de casos graves ou óbitos diretos pela doença. Para diagnosticar a febre oropouche, as autoridades utilizam testes laboratoriais, já que os sintomas são semelhantes aos da dengue. Até a última semana, mais de 2 mil amostras foram testadas no Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen), resultando em 209 positivos para oropouche e nenhum para Mayaro.
Dor de cabeça ‘alucinante’
Em entrevista ao DN, pacientes diagnosticados com a febre oropouche relataram suas experiências. Jady Vasconcelos, de 22 anos, descreveu que os primeiros sintomas foram dor no corpo e uma sensação de “moleza”, seguidos por uma “dor de cabeça alucinante”. Moradora de Mulungu, ela mencionou que a febre alta que se seguiu a levou ao hospital, onde testou positivo para o vírus oropouche. Seu pai e outros cinco familiares também foram afetados pela doença.
SINTOMAS DA FEBRE OROPOUCHE
- Febre de início súbito
- Dor de cabeça
- Dor muscular
- Dor articular
- Tontura
- Dor atrás do olhos
- Calafrios
- Fotofobia (sensibilidade à luz)
- Náuseas
- Vômitos
- Meningoencefalite (inflamação no sistema nervoso), em casos graves
- Manifestações hemorrágicas, em casos graves.
COMO PREVENIR A FEBRE OROPOUCHE
Apesar de causar sintomas parecidos com a dengue, as formas de prevenção são diferentes. A chave da proteção contra a oropouche não é o combate ao mosquito maruim, diferentemente do que ocorre em relação ao Aedes aegypti.
A melhor forma de prevenção é evitar o contato com o vetor, por meio de medidas individuais e coletivas, como:
- Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores (mosquitos);
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo, como mangas compridas, calças e sapatos fechados;
- Aplicar repelente nas áreas expostas da pele;
- Limpar terrenos e locais de criação de animais;
- Recolher folhas e frutos que caem no solo;
- Usar telas de malha fina em portas e janelas.