Em live no seu canal na noite desta terça-feira (10), Ciro Gomes (PDT) disse que enxerga indicações evidentes de que há um golpe antidemocrático em elaboração por Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados e que todos os candidatos, de diferentes partidos, devem se unir para denunciá-lo.
“Há indícios claros de que está em curso um golpe contra a democracia, cujo alvo são as próximas eleições. Ou a sociedade e as lideranças políticas tomam providências já, ou chegaremos a um ponto sem retorno”, disse o pedetista, que é pré-candidato à Presidência da República.
Segundo Ciro, trata-se de manobras “muito sofisticadas” e que envolvem “guerra da informação, da contrainformação, manipulação e espionagem”.
“É preciso que todos os candidatos, de todos os partidos, sentem imediatamente à mesa para denunciar isto publicamente ao Brasil e ao mundo. Faço esta convocação e espero ser ouvido por todos os demais candidatos”, disse.
Os recentes questionamentos do Exército ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em relação à segurança das urnas eletrônicas, muitos deles alinhados ao discurso bolsonarista, tem motivado manifestações de preocupação com a possibilidade de adesão das Forças Armadas às intenções antidemocráticas que o presidente expressou diversas vezes ao longo de seu mandato.
Scott Hamilton, diplomata aposentado do Departamento de Estado dos Estados Unidos, escreveu artigo no jornal “O Globo” em que diz que o governo de seu país deveriam deixar claro a Bolsonaro que uma tentativa de interferir na integridade das eleições “será objeto de repúdio absoluto e de sanções punitivas a todos os envolvidos, impostas simultaneamente por um amplo grupo de países.”
Segundo reportagem da agência de notícias Reuters, o diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) disse a autoridades de alto escalão do Brasil no ano passado que Bolsonaro deveria parar de lançar dúvidas sobre o sistema de votação de seu país antes das eleições de outubro.
Nesta terça (10), Luciano Bivar (União Brasil), também pré-candidato à Presidência, esteve com Douglas Konnef, encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil. As redes sociais da União Brasil afirmaram que Bivar transmitiu a Konnef a “preocupação com os ataques recorrentes às instituições democráticas em nosso país.”