Cafezinho, amargo, porque de doce já basta a vida

É impressionante como se pararmos para o versar o comportamento humano a gente consegue perceber o quanto somos diferentes, mas que procuramos tentar viver de maneira parecida como a maioria se comporta.

São tantos carmas, darmas, créditos e débitos que temos e angariamos ao longo da dessa jornada chamada vida, buscando em grande parte uma evolução, seja interna no comportamento ou externa nos bens materiais. E aqui não julgo quem prefere o que ou se preferem um pouco de cada um.

De fato somos um misto de sentimentos e acontecimentos que mal sabemos interpretar como acaso ou causalidade. Eu prefiro ficar com a causalidade até pelo fato de ter sido um dos inúmeros ensinamentos do Grande Mestre Jesus Cristo; “Nenhuma folha vai de uma árvore se não for permissão de Deus”.

Ou quando dito no Livro Alcorão; “…Ele sabe o que há na terra e no mar; e não cai uma folha sem que ele disso tenha ciência…” (6ª Surata versículo 59). Além de ser bíblico; “Eclesiastes 3:1-2 – Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu: Tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou.”

Assim, podemos compreender que tudo tem uma razão de ser e existir, podemos não ter consciência para compreender os motivos, mas de fato existem.

Quando comecei a tentar aplicar certos ensinamentos em meu caminhar pude perceber que as situações ao meu redor mudam significativamente, seja quando equívocos acontecem e recebo as consequências dos erros cometidos ou quando mudo o comportamento que tinha ao acompanhar a maioria, simplesmente porque todos fazem a mesma coisa.

A frase original que a maioria das pessoas dizem em relação ao título do nosso Papo de Quinta é; “um cafezinho doce porquê de amargo já basta a vida”, quando passei a perceber que muitos ditados são feitos para que apenas fiquemos “reclamando” de algo que nem sabemos o sentido, comecei a mudar.

Na vida temos sim atribulações, mas não há como dizer que ela é amarga, se formos colocar na balança, nossa família, as belezas naturais do mundo, todas as oportunidades, força interna, inteligência, trabalho e pessoas ao redor com quem podemos aprender a cada dia, a vida é imensamente mais doce do que amarga e o “amargor” por diversas vezes é consequência do que fizermos, só não lembramos ou fingimos não lembrar.

Outra lamentação que muitas pessoas fazem é a de pagar Imposto de Renda e aqui não estou defendendo a enorme e desumana carga tributária que o brasileiro vive, mas me recordo de certa vez que fui receber uns honorários advocatícios que já vinha descontando Imposto de Renda, quando o atendente do banco quis que eu reclamasse, sendo que eu estava tão contente pelo valor recebido que eu só disse; “Graças a Deus”, ele ficou tão espantado que perguntou o motivo. Apenas argumentei que passei boa parte da vida, ganhando valor s que não incidiam Imposto de Renda, aquele imposto (mesmo que injusto) caracterizava que eu estava ganhando um valor que passei a vida sonhando e que ali era uma realidade da qual não poderia reclamar, apenas agradecer.

Como já dito, não defendo impostos que massacram a vida de muitas pessoas, quando por vezes não sentimos o real retorno para a sociedade, aí que busquemos políticos que não visem apenas a arrecadação a todo custo, taxando a sociedade a qualquer movimento e saibamos votar naqueles que são justos e se possível, honestos.

Todo o dito e muito mais ainda que conseguiria descrever por aqui é apenas no sentido de que quanto mais reclamamos e nos incomodamos com as circunstâncias da vida ou até de pessoas que nos rodeiam, mais disso tudo irá acontecer, até porque estaríamos “re-clamando”, ou seja, clamando duas vezes por aquilo que estamos falando e por consequência voltaria a se repetir.

As raizes de nossos pensamentos e as ações de nossas palavras serão os frutos que iremos colher. Ademais, não podemos fugir a realidade ou fingir algo que não temos, como tão pouco ficar gritando aos quatro cantos por dinheiro ou saúde, se não trabalhamos ou nos alimentamos mal e sem exercício físico. As palavras e pensamentos devem ser acompanhadas de ações, sem jamais esquecer da gratidão à oportunidade do aprendizado chamado vida.

De mais a mais, materializando e vivenciando o que acredito, por gentileza, um café amargo, porque de doce já basta a vida cheia de ensinamentos, além dele ser mais saudável e saboroso.

Papo de Quinta por Alex Curvello
Advogado – Presidente da Comissão de Direito Previdenciário OAB Litoral Leste Ceará
@alexcurvello

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