Em depoimento à CPI da Covid, nesta terça-feira (17), o auditor do TCU (Tribunal de Contas da União) Alexandre Figueiredo Costa Marques afirmou que não tem relação com a família Bolsonaro e nem conhece os filhos do presidente da República.
Por outro lado, confirmou que seu pai, Ricardo Silva Marques, mantém “relação de contato” com o presidente da República e que ocupa um cargo na gerência de inteligência na Petrobras.
“Ele [pai] mantém relação de contato sim [com Bolsonaro]. Foram colegas na Academia Militar de Agulhas Negras e trabalharam depois no Exército”, afirmou.
O auditor também confirmou que foi indicado para um cargo comissionado no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas que o TCU acabou não o liberando. Também disse que a indicação partiu do presidente do banco, Gustavo Montezano, e não do Palácio do Planalto.
Relatório usado indevidamente
Costa Marques declarou ainda que o relatório do TCU foi usado indevidamente pelo presidente Jair Bolsonaro. Costa é autor do documento usado pelo presidente para indicar que o número de mortos pela Covid foi superestimado.
A declaração foi dada após o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), perguntar se o relatório elaborado foi falsificado e utilizado indevidamente pelo presidente da República.
“Indevidamente pelo fato de se atribuir ao TCU um arquivo de duas páginas não conclusivas que não era um documento oficial do tribunal”, disse.
Ele afirmou que a falsificação do documento foi feita após o seu pai entregar o relatório ao presidente da República. No entanto, ele não sabe quem poderia ter feito a falsificação.
Segundo o auditor, o documento preliminar foi elaborado em formado word, sem cabeçalhos que ligasse o documento ao TCU. Seu pai teria encaminhado exatamente o mesmo documento ao presidente Jair Bolsonaro. Em seguida, o documento em mãos do presidente seria em formato pdf, o que confirmaria a adulteração.
Ele informou que só enviou o documento para seu pai, e que seu pai encaminhou ao presidente.