Casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentam no país entre crianças e adolescentes, principalmente na faixa etária entre 5 e 11 anos. Os dados são do novo boletim InfoGripe, divulgado na última quinta-feira (12) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O levantamento considera dados epidemiológicos das últimas quatro semanas, período que corresponde de 11 de dezembro a 07 de janeiro.
De acordo com a Fiocruz, o vírus responde por 59% dos casos de SRAG com resultado laboratorial positivo em crianças de 0 a 4 anos de idade. Já nas faixas etárias mais velhas, incluindo as crianças e os adolescentes de 12 a 17 anos, os casos de Covid são a principal causa de doença respiratória no último mês.
As regiões que mais foram afetadas pela síndrome foram: São Paulo, Distrito Federal e nos três estados da região Sul. Também foi observada a presença acentuada do vírus no grupo de 0 a 4 anos no Espírito Santo, Minas Gerais e Roraima.
De acordo com a infectologista Rosana Richtmann, existem duas explicações para a incidência do vírus. “A SRAG ou Síndrome Respiratória Aguda Grave varia conforme o momento epidemiológico e sazonalidade no nosso país. Ou seja, em diferentes regiões e momentos, nós temos diferentes circulação do vírus”, explica.
Nos primeiros dois anos da pandemia, segundo estudo da Fiocruz, a doença foi responsável pela morte de duas crianças de até 5 anos por dia no Brasil. Até o momento, apenas cerca de 39% da população infantil de três a onze anos finalizou o esquema vacinal contra a doença no país, de acordo com a Fundação.
Vacinas contra Covid
De acordo com Ministério da Saúde, 754 mil doses da CoronaVac foram recebidas nesta quarta-feira (11) para reforçar a vacinação contra a Covid-19. As primeiras doses devem ser usadas para dar continuidade à imunização de crianças de 3 a 11 anos. Segundo a pasta, uma nova compra deve ser realizada nos próximos dias, garantindo 2,6 milhões de doses no total.
O médico infectologista, Julival Ribeiro, explica a importância de se completar o ciclo vacinal, e de continuar a prevenção por meio de cuidados básicos. “É importante salientar que a pandemia não acabou, tem várias subvariantes circulando no mundo. Temos que nos cuidar. Todas as pessoas devem ser vacinadas contra a Covid-19. E aquelas que não receberam a dose de reforço devem fazer. Daí a importância de se vacinar o ciclo completo justamente para se prevenir de casos graves, hospitalizações e morte”.