O dólar e os juros futuros fecharam em alta após o presidente Jair Bolsonaro falar sobre o preço dos combustíveis no Brasil nesta quinta-feira (4). O presidente afirmou que fará uma reunião nesta sexta (5) para discutir a tributação sobre combustíveis. Ele defende que haja maior previsibilidade nos reajustes.
“Vocês sabem que zeramos o imposto chamado Cide. Temos outro imposto que tem a ver com o PIS/Cofins. O nosso é previsível, é R$ 0,33”, afirmou. “Já o ICMS, cada estado tem um valor, e ele varia de hoje para amanhã.”
Entidades que representam os caminhoneiros apresentaram ao governo uma pauta de reivindicações, e discutir o preço do combustível está na lista. A categoria critica os reajustes recentes feitos pela Petrobras.
Na segunda (1º), grupos de caminhoneiros tentaram deflagrar uma greve em sinal de protesto, mas o movimento teve baixa adesão. Na quarta, as entidades do setor de transportes declararam oficialmente o fim da greve.
No sábado (30), Bolsonaro afirmou que a redução do PIS/Cofins sobre o óleo diesel traria um impacto bilionário para os cofres públicos e que, para adotar essa medida, o governo precisa indicar de onde viria a compensação para cobrir a perda de arrecadação.
Segundo analistas, a fala do presidente contribuiu para a alta nos juros futuros e do dólar na sessão, levando o real a ter o pior desempenho dentre moedas emergentes no pregão.
Juros futuros são taxas de juros esperadas pelo mercado nos próximos meses e anos. São a principal referência para o custo de empréstimos que são liberados atualmente, mas cuja quitação ocorrerá no futuro.
O juro para setembro de 2021 foi de 2,70% na véspera para 2,715%. O de julho de 2026 foi de 6,729% para 6,842%.
A moeda americana fechou em alta de 1,49%, a R$ 5,4490. O turismo está a R$ 5,617.
A valorização também é fruto da força do dólar no exterior com dados que apontam para uma recuperação da economia americana. O país teve queda nos novos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada. Outro dado positivo foi a alta nas novas encomendas de produtos fabricados nos EUA. Elas subiram mais do que o esperado em dezembro, e os gastos das empresas com equipamentos foram sólidos, indicando força contínua na manufatura no curto prazo.
Dados mais fortes nos EUA são positivos para mercados de risco, mas, num momento de economias abaladas em todo o mundo, podem reforçar a percepção de refúgio atribuída aos ativos americanos -o que, na prática, costuma levar investidores a tirar recursos de mercados emergentes, como o Brasil, e levá-los aos EUA.
Em Wall Street, o índice S&P 500 fechou em alta de 1,09% e o Dow Jones, de 1,08%. O Nasdaq subiu 1,23%.
No Brasil, o Ibovespa caiu 0,39%, a 119.260,82 pontos.
“Depois de três sessões consecutivas de alta, nada mais natural que uma leve correção no pregão de hoje para o Ibovespa, que segue encontrando dificuldades para confirmar o rompimento da faixa de 120 mil pontos e ir em busca da máxima histórica”, disse Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.