A praia do Rio Vermelho, onde acontece anualmente a tradicional festa de Iemanjá, em Salvador, será isolada com tapumes no próximo dia 2 de fevereiro.
A medida, que tem com objetivo evitar aglomerações diante da explosão de casos de Covid na capital baiana, foi anunciada nesta quarta-feira (26) pelo prefeito Bruno Reis (DEM).
Este é o segundo ano consecutivo que a prefeitura bloqueia o acesso à praia no dia da festa de Iemanjá por causa da pandemia e cancela os festejos no bairro do Rio Vermelho.
Outras festas populares, como a lavagem do Bonfim e o Carnaval, também foram canceladas na capital baiana em 2021 e 2022 por causa da pandemia.
O culto a Iemanjá foi iniciado por um grupo de pescadores em 1923 e virou uma tradição. A festa é a principal manifestação cultural da Bahia ligada exclusivamente às religiões de matriz africana, já que outras festas populares, como a lavagem do Bonfim, são marcadas pelo sincretismo religioso com o catolicismo.
A despeito do isolamento da praia com tapumes, não haverá restrições ao funcionamento de bares e restaurantes no Rio Vermelho. Mas o prefeito informou que haverá veto à utilização de equipamentos sonoros na região.
Em 2021, a prefeitura vetou o trabalho de vendedores ambulantes, bem como ordenou o fechamento do comércio de bairro, com exceção de supermercados, farmácias, padarias e bancos. Os detalhes da organização deverão ser anunciados nesta quinta-feira (27), antecipou Reis.
“Basicamente, são as mesmas medidas do ano passado, sem a restrição para bares e restaurantes, mas tem uma série de limitações, inclusive, no patrulhamento da praia”, informou o prefeito, ao garantir que, apesar das restrições, o trânsito no bairro não será bloqueado.
Reis confirmou que, pela tarde, haverá entrega do presente oficial dos pescadores a Iemanjá, mas fez um apelo para que as pessoas não se dirijam ao Rio Vermelho.
“Não é o momento de celebrar. Quem quiser deixar seu presente, tem 64 quilômetros de orla [em Salvador] para fazer”, concluiu.
Sob condições normais, a festa religiosa costuma reunir centenas de milhares de pessoas em diversos pontos da orla de Salvador, mas principalmente no Rio Vermelho. Além da parte religiosa, a festa é marcada pela apresentação de bandas, grupos folclóricos, festas privadas em bares e casas de shows.
No início do século 20, a região de Monte Serrat, na Cidade Baixa, era o principal local de celebrações. A partir dos anos 1930, o bairro do Rio Vermelho ganhou centralidade nas comemorações.