Além dos milhões de ingleses que prometem parar a capital inglesa para chorar a morte de sua soberana, cerca de 500 chefes de Estado devem prestar pessoalmente suas condolências à família real no funeral da rainha Elizabeth 2ª na próxima segunda (19).
Entre os que já confirmaram presença estão o presidente americano, Joe Biden, acompanhado da primeira-dama, e o dirigente brasileiro, Jair Bolsonaro, que no mesmo dia voa para Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU.
Além deles, comparecem ainda os presidentes Emmanuel Macron (França), Frank-Walter Steinmeier (Alemanha), e Yoon Suk-Yeol (Coreia do Sul), além de líderes de vários dos países da Commonwealth, como Justin Trudeau (Canadá), Jacinda Ardern (Nova Zelândia) e Droupadi Murmu (Índia).
A realeza europeia, que em muitos casos tem elos de sangue com a família real britânica, também marca presença. Os monarcas da Bélgica, dos Países Baixos e da Noruega, anunciaram que estarão no funeral, e até o rei emérito da Espanha, Juan Carlos, deve furar o exílio para ir à cerimônia.
Do outro lado do globo, vêm Naruhito e Masako, o casal imperial japonês, em sua primeira viagem internacional desde que ascenderam ao trono. É uma rara aparição da imperatriz, que se retraiu da vida pública duas décadas atrás.
Alguns dos convites de certa forma surpreenderam a comunidade internacional, por se destinarem a líderes de ditaduras ou regimes autoritários. Foram chamados, por exemplo, o chinês Xi Jinping, o norte-coreano Kim Jong-un e o nicaraguense Daniel Ortega. Enquanto o primeiro enviará para o evento seu vice Wang Qishan, os outros dois serão representados por funcionários de suas respectivas embaixadas. O turco Recep Tayyip Erdogan também foi convidado e deve comparecer ao funeral pessoalmente.
Os que amargam a exclusão da lista são sobretudo os países alvos de sanções impostas por Londres ou por seus aliados no Ocidente. É o caso da Rússia, de Mianmar e de Belarus -o Irã, penalizado por causa de seu programa nuclear, é uma exceção a essa regra, e será representado por embaixadores. Síria e Venezuela, que não mantêm relações diplomáticas com o Reino Unido, também não foram chamados, assim como o Afeganistão, sob domínio do Talibã.
Já os que conseguiriam um lugar no disputado evento terão de se deslocar juntos para a abadia de Westminster na segunda (19), em algum tipo de transporte coletivo a ser oferecido pela família real e cujo ponto de encontro é o Hospital Real, no oeste de Londres. A expectativa é de que o feriado pare a capital inglesa, com milhões de pessoas nas ruas e interrupção de trânsito em vias públicas centrais.
Antes disso, no domingo (18), os chefes de Estado comparecem a uma recepção oficial organizada pelo rei Charles e a rainha consorte, Camilla, no Palácio de Buckingham. Os convidados também poderão visitar o local onde repousa o corpo da rainha, no Salão de Westminster.