O último adeus a Francisco Mardônio, conhecido carinhosamente como “Nego Véi”, foi marcado por uma emocionante homenagem ao som de pagode, ritmo que ele amava e que fazia parte de sua vida. O velório aconteceu em Majorlândia, distrito de Aracati, e reuniu amigos, familiares e músicos locais que se despediram de uma forma especial.
Nego Véi era um apaixonado pelo pagode e sempre incentivou a música dentro de sua família. Ele era o pai de Andinho do Cavaco, músico aracatiense, e desde antes do nascimento do filho já fazia questão de introduzi-lo no universo musical. “Ele era louco, louco, louco pelo pagode. Então, ele se juntou com a mulher dele. A mulher dele teve esse filho, Anderson, e ele pegou ele ainda na barriga e sempre fez o Anderson gostar da música do pagode. Ele levava ele todos os dias para lá em Caroba, para aprender no cavaquinho e ele era o amante do pagode”, contou a sobrinha do falecido.
A tradição do pagode na casa de Nego Véi era forte. Aos domingos, rodas de samba reuniam músicos e amigos para celebrar a música e a vida. “Quando ele estava vivo, faziam muitas rodas de pagode na casa dele. Ali virou tradição. Todo domingo, tinham uns meninos do pagode do Aracati que iam para lá se reunir só para fazer aquela roda de samba. E era isso que ele vivia, era para isso que ele vivia, ele amava o samba e o pagode”, relembrou a sobrinha.
No velório, os mesmos amigos que tantas vezes compartilharam momentos ao seu lado decidiram homenageá-lo de maneira especial: com música. “Quando ele faleceu, que foi antes de ontem, os meninos que iam para lá sempre fazer a roda com ele começaram a tocar. Então, já que ele gostava tanto, vamos fazer a última homenagem para ele. Samba. Então, o filho dele, todo mundo estava muito emocionado. Parece até que nem estávamos emocionados, mas estávamos muito com a tristeza da perda, mas com alegria do que ele realmente gostava”, relatou.