A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou a 0,16% em março, após marcar 0,83% em fevereiro, apontou nesta quarta-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O novo resultado ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam variação de 0,25% em março.
A variação de 0,16% é a menor para o mês desde 2020. Naquele período, marcado pelo início da pandemia de Covid, a inflação havia sido de 0,07%.
Com o novo resultado, o IPCA desacelerou a 3,93% no acumulado de 12 meses até março deste ano, disse o IBGE. É a menor taxa acumulada desde junho de 2023 (3,16%). Nesse recorte, a inflação era de 4,50% até fevereiro deste ano.
O comportamento dos preços no IPCA serve como referência para a definição da taxa básica de juros (Selic) pelo BC (Banco Central). Em 2024, o centro da meta de inflação perseguida pelo BC é de 3%.
A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Ou seja, a meta será cumprida se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) no acumulado deste ano.
Na mediana, projeções do mercado financeiro apontam que o índice de preços fechará 2024 com alta de 3,76%, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada na terça (9) pelo BC. A estimativa está abaixo do teto da meta (4,5%).
No início deste ano, a inflação do setor de serviços virou motivo de alerta para o BC ao mostrar sinais de persistência com o mercado de trabalho ainda aquecido no Brasil, dizem economistas.
Segundo eles, o comportamento desses preços pode tornar mais lento o processo de desinflação como um todo e, consequentemente, frear o ritmo de queda da taxa básica de juros.
A Selic está em 10,75% ao ano. Na mediana, analistas do mercado financeiro projetam taxa de juros de 9% ao final de 2024, segundo o boletim Focus.