No primeiro dia de julgamento do impeachment do ex-presidente Donald Trump, os senadores consideraram o processo constitucional, por 56 votos a favor e 44 contrários. Seis republicanos se juntaram a 50 democratas para garantir a continuidade do julgamento, que só deve terminar na semana que vem. Nessa terça-feira (9), os promotores da acusação divulgaram um vídeo com imagens chocantes do dia 6 de janeiro, quando manifestantes, incitados pelo ex-presidente, invadiram o Capitólio dos Estados Unidos, resultando em cinco morte, entre eles, um policial.
Nesta quarta-feira (10), os promotores de acusação vão apresentar provas e argumentos, durante 16 horas de sessão. Amanhã será a vez da defesa que, até agora, só tem recebido críticas, inclusive por parte de senadores republicanos. Eles consideraram os argumentos dos advogados frágeis e fracos. Um deles foi o senador Bill Cassid, da Louisiana, que mudou o voto depois de ser convencido pela acusação.
Trump também não gostou do desempenho dos advogados. Essa é a terceira equipe que integra a defesa de seu impeachment e só assumiu há uma semana, depois que seus advogados decidiram abandonar o caso. Os advogados contratados por ele no primeiro julgamento de impeachment, no ano passado, também não mais fazem a defesa do ex-presidente.
De acordo com a imprensa americana duas pessoas próxima de Trump disseram que ele estava quase gritando enquanto um dos advogados apresentava seus argumentos e lutava para convencer os presentes sobre a inconstitucionalidade de se realizar um julgamento para um presidente que não está mais no cargo.
Se não houver testemunhas de acusação ou de defesa, o processo poderá ser julgado, na melhor das hipóteses, neste domingo. Os senadores democratas pediram que o presidente prestasse depoimento, mas ele se recusou.
Após defesa e acusação apresentarem seus argumentos, os senadores poderão se inscrever para se pronunciar durante o julgamento. O resultado já é esperado: Trump deverá se livrar do impeachment porque o quórum da votação é qualificado (2/3 dos votos dos 100 senadores – 67 ao todo). No final de janeiro, durante a votação de um recurso pedindo a suspensão do julgamento, 45 senadores votaram em defesa de Trump.