Líderes de partidos de oposição a Jair Bolsonaro têm se articulado para que Arthur Lira (PP-AL) coloque a PEC do voto impresso em votação nesta terça-feira (10). O presidente da Câmara deu sinais de que poderia passá-la para quarta-feira (11).
Os representantes das legendas de oposição estão se articulando para falar com todas as lideranças de siglas de centro e de centro-direita para que a PEC não seja apenas derrotada, mas para que sofra um revés por larga margem de votos. A ideia com isso é a de dar uma resposta ao desfile militar realizado em Brasília nesta terça, visto como uma tentativa de intimidação por parte de Bolsonaro, principal defensor da PEC.
A PEC precisa de ao menos 308 votos favoráveis, em dois turnos de votação, para ser aprovada na Câmara. Depois, seguiria para o Senado, onde precisaria do aval de pelo menos 49 dos 81 parlamentares, também em dois turnos. Se aprovada nas duas Casas, a PEC é promulgada, sem necessidade de sanção presidencial.
Como mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, presidentes de partidos de orientações políticas diversas lamentaram a realização do desfile.
Líderes de PT, PSB, PC do B, PDT, Rede, PSOL, PSTU e Solidariedade elaboraram nota que descreve o evento como “tentativa de constrangimento ao Congresso Nacional”.
“É inaceitável, ainda, que as Forças Armadas permitam que sua imagem seja exposta desta maneira, usada para sugerir o uso de força em apoio à proposta antidemocrática e de caráter golpista, defendida pelo presidente da República”, afirma a nota.
Carlos Lupi, do PDT, afirma que vai ingressar com ação no Ministério Público nesta terça (10) para que Bolsonaro seja submetido a uma prova de sanidade mental.
“O único jeito é internar, não dá mais para brincar. Vamos radicalizar também da nossa parte”, diz Lupi.
“Esse desfile era dispensável e tenho a impressão de que está sendo feito para trazer temor. Triste do Brasil se isso for verdade”, diz Gilberto Kassab, do PSD.
“Continuo insistindo que o Brasil tem outras prioridades. Lamentável haver energia concentrada nisso sendo que há tantos problemas como vacina, fome e falta de internet nas escolas”, completa.