Um dos três candidatos com mais intenção de voto em pesquisa recente do Datafolha para a Prefeitura de São Paulo, o autointitulado ex-coach Pablo Marçal (PRTB-SP) virou o novo coringa de audiência da cobertura política nas emissoras. Sua presença tem aumentado os números nas TVs.
Segundo dados levantados pela reportagem, Marçal teve a sabatina mais vista da série realizada pela GloboNews, canal de notícias da Globo. A conversa foi a única a chegar na marca de 1 ponto de audiência no Ibope PNT da TV paga (o equivalente a 125 mil telespectadores no Brasil inteiro). O segundo lugar foi de Tabata Amaral (PSB-SP), com 0,6 ponto.
Nos momentos em que discursava em debates da Band e na TV Gazeta, o Kantar Ibope apontava o pico de audiência do encontro. Na Band, o debate chegou a 5 pontos na Grande São Paulo (na capital paulista, cada ponto equivale a 191 mil pessoas). Na Gazeta, no último domingo (1º), foram 3 pontos, segundo dados do Kantar Ibope.
A exceção foi na Record. Marçal perdeu para José Luiz Datena (PSDB-SP), que chegou a picos de 7 pontos quando foi entrevistado pelo Balanço Geral SP. O ex-coach foi o segundo mais visto, superando Ricardo Nunes (MDB-SP).
A Record e a Globo vão realizar seus debates ainda neste mês, mas estudam se Marçal vai ser convidado para participar. Diretores de jornalismo se preocupam com sua tendência de não cumprir as regras negociadas com as assessorias.
Pela lei, as emissoras brasileiras são obrigadas a convidar para debates candidatos de partidos com ao menos cinco representantes no Congresso Nacional, seja com deputados ou senadores. Não é o caso do PRTB.
A Globo, no entanto, costuma convidar também quem tem mais de 5% em pesquisas de intenções de voto. Desta vez, sim, é o caso de Marçal, que tem 19%, segundo a última pesquisa do Datafolha.
Marçal tem sido convidado para projetos da Globo na cobertura da eleição de São Paulo e, por enquanto, tem se comportado, tanto no ar, como fora dele. Apesar de algumas contendas acaloradas com jornalistas, as discussões não foram consideradas graves.
Já a Record teve problemas com o candidato. A emissora foi obrigada pela Justiça Eleitoral a exibir um direito de resposta no Balanço Geral a pedido de Guilherme Boulos (PSOL-SP). Em sua entrevista, Marçal disse sem provas que o adversário era “usuário de cocaína”.