O empresário brasileiro Eduardo Fauzi, suspeito de fazer parte do grupo que atacou com coquetel molotov a sede da produtora Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, foi extraditado da Rússia para o Brasil.
Segundo informações do site russo Argument i Fakty, Eduardo deixou o país acompanhado por dois policiais brasileiros da Interpol, com destino final no Rio de Janeiro. Ele estava preso desde setembro de 2020, após ser detido no Aeroporto Internacional de Koltsovo, a 1.786 quilômetros de Moscou, capital da Rússia. A extradição do economista só foi autorizada em janeiro deste ano.
À reportagem, a defesa de Eduardo Fauzi confirmou a extradição do empresário, que deve chegar ao aeroporto do Rio de Janeiro até a meia-noite desta quinta (3).
Posteriormente, ele será encaminhado para o Presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte carioca. Na sexta-feira (4), o suspeito passará por audiência de custódia.
“A defesa aguarda deliberação do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) sobre eventual denúncia a ser formulada, assim como a reavaliação da prisão preventiva do Eduardo pela justiça estadual. A defesa entende que a prisão cautelar – com a conclusão do processo de extradição – perde todos os fundamentos”, disseram à reportagem Bruno Ribeiro e Diego Rossi.
Os advogados salientaram que tentarão afastar a possibilidade de que Eduardo seja indiciado pelo crime de tentativa de homicídio por dolo eventual e que “lutará para que ele responda pelo crime que cometeu e se cometeu”.
Na Rússia, Eduardo Fauzi morou com a mãe de seu filho, até ser descoberto pela Interpol e, posteriormente, preso pelas autoridades daquele país. Na ocasião, a defesa do suspeito alegou que ele havia viajado a fim de encontrar um amigo. O empresário chegou a pedir asilo, mas a Rússia não aceitou.
Eduardo Fauzi faz parte do grupo suspeito de realizar um atentado na sede do Porta dos Fundos, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, na véspera de Natal de 2019. O prédio foi alvo de bombas e chegou a ter um princípio de incêndio, que foi controlado.
O empresário foi reconhecido em uma das gravações de câmeras de segurança que captaram a ação. Ele teve mandado de prisão expedido pela Justiça, mas viajou para Moscou um dia antes. A Polícia Civil, então, pediu para incluir o nome dele na lista de foragidos da Interpol.
Em fevereiro deste ano, o TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2º Região) alterou a tipificação do crime que o empresário foi acusado.
Na ocasião, a defesa de Fauzi disse que o habeas corpus aceito pedia “para afastar o crime de terrorismo sustentado pelo MPF, afastar a competência da justiça federal, anular todos os atos e extinguir a ação penal em trâmite na JFRJ.”
Em janeiro deste ano, a Procuradoria Geral Russa havia autorizado a extradição de Fauzi, que estava preso na Rússia desde setembro de 2020.