As fraturas causadas por acidentes de automobilísticos são as maiores causas de internação nos setores de traumato-ortopedia do Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ) e do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidades da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) em Limoeiro do Norte e Quixeramobim. E no período do Carnaval, a tendência é que os acidentes com moto e carro aumentem. Por isso, especialistas alertam para alguns cuidados para prevenir problemas do tipo.
Aberto em agosto do ano passado, o setor de urgência e emergência do HRVJ já registrou 1.359 admissões por acidentes de trânsito. Os que envolvem moto são a maior causa: foram 686 registros em 2023, o que corresponde a pouco mais de 50% dos casos. Este ano, as ocorrências envolvendo esse veículo, seguem como a principal causa, com 158 admissões.
Referência no atendimento de emergência de traumato-ortopedia para os municípios do vale jaguaribano, o HRVJ já recebeu, além dos casos com motos, outros 74 pacientes envolvidos em acidentes de carro, desde a abertura do serviço, há cinco meses. Os indicadores contabilizam ainda acidentes com bicicleta, ônibus e caminhão.
No HRSC, os acidentes envolvendo moto são a segunda maior causa de admissões no setor de traumato, que atende via regulação do estado. Durante todo o ano de 2023, 87 usuários deram entrada com fraturas por quedas de moto, respondendo por 26% dos atendimentos na unidade, ficando atrás somente dos casos de queda da própria altura.
Com o período carnavalesco, há uma preocupação quanto ao aumento dos acidentes nos dias que compreendem a sexta-feira e a quarta-feira de cinzas, principalmente por causa do maior movimento nas estradas e do uso de álcool pelos condutores.
Para dar conta da alta demanda, os gestores do HRVJ reforçaram as equipes e providenciaram uma sala de reanimação a múltiplas vítimas que está de retaguarda, para o caso de necessidade. “Iremos funcionar com técnicos de enfermagem, além de enfermeiro e médico a mais na equipe, dando todo o suporte necessário aos pacientes”, explica o coordenador de Enfermagem do setor, Állysson Henrique de Sousa.
Embora as unidades estejam prontas para oferecer atendimento de qualidade, em muitas situações o prejuízo é inevitável. “A maioria dos pacientes chegam com sequelas no sistema locomotor. Isso pode ocasionar desde a perda de mobilidade e força, além de outras possíveis alterações que levam ao impedimento laboral”, pontua o coordenador da clínica traumato do HRSC, Pedro Braga.
Em casos graves, lembra o médico, as lesões podem ser fatais e os que sobrevivem têm risco de sequelas, a depender do tipo e da gravidade das lesões. “Até fraturas simples podem evoluir para sequelas irreparáveis”, explica Pedro Braga.
Cuidados podem evitar acidentes graves
O médico Lucas Mori, coordenador do serviço no HRVJ, lembra que, além de graves, as admissões provenientes de trauma em decorrência de acidentes de trânsito geralmente demandam procedimentos invasivos. “E essa é uma situação delicada para o paciente e para os familiares, e que muitas vezes pode ser evitada”, alerta, Mori.
Para não ser vítima das estatísticas, há orientações que o folião pode seguir durante o Carnaval, conforme explica o comandante do Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário Estadual (BPRE), Tenente Adriano Silva. “Utilizar de forma correta o capacete: jugular afivelada, viseira baixa e colocado por completo na cabeça. Pilotar de maneira mais defensiva, com direção preventiva, e seguir as normas de trânsito. Seguindo estas orientações, mais vidas podem ser preservadas”, garante. Ele também lembra que os motoristas e motociclistas não devem misturar álcool e direção.