O risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya, aumenta com o calor e a chegada do período chuvoso no Ceará. Por isso, as arboviroses continuam sendo um desafio para a saúde pública, principalmente no primeiro semestre do ano, com o cenário de dias quentes e com precipitações na região. Embora o cenário, no momento, não seja de alerta e números altos, como no restante do país, especialistas da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) orientam sobre sintomas e formas de combate ao mosquito.
O secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antonio Silva Lima Neto (Tanta), explica que a doença pode ser classificada dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave, com sintomas clínicos que incluem dores musculares, febre, mal-estar, moleza, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. “Nos casos graves, em geral os pacientes apresentam dores abdominais intensas, vômitos ou sangramento de mucosa”, complementa.
Após indicativos de infecção, a recomendação é procurar uma unidade de saúde mais próxima de casa. “O profissional de saúde é quem irá investigar e classificar o quadro clínico de acordo com o protocolo definido pelo Ministério da Saúde”, explica Tanta.
Cuidados diários servem para evitar a infestação de mosquitos e com isto reduzir o risco de transmissão da doença. “As pessoas possuem autonomia para procurar e eliminar os criadouros domésticos, evitando acúmulo de água em depósitos desprotegidos. A redução das infestações impacta diretamente na diminuição dos casos de arboviroses”, detalha a coordenadora de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep) da Sesa, Ana Cabral.
Fatores climáticos
As condições climáticas possuem relação com a transmissão da dengue, zika e chikungunya. Ana Cabral conta que quando um território apresenta um cenário de chuvas e elevação das temperaturas, típico de um clima tropical, o ambiente se torna mais propício para proliferação do mosquito transmissor. “A sazonalidade das arboviroses ocorre no primeiro semestre, logo a maior proporção de casos ocorre neste período. Apesar das condições climáticas, é possível ter registros de casos durante todo o ano”, comenta.
“A dengue é uma doença endêmica no Ceará, com a circulação de dois sorotipos predominantes (DENV1 e DENV2). Por isso, a Sesa permanece monitorando o cenário, mesmo em tempos de baixa transmissão, para orientar medidas necessárias como a emissão de cartas de alertas aos municípios com altas incidências, promoção de reuniões estratégicas para o controle da doença, entre outras ações”, elenca.