A dona de casa Cristiane de Fátima Lima aproveitou a manhã do sábado (8) para levar a filha Áurea, de três anos, para se vacinar na Unidade Básica de Saúde Giselda Magalhães Bezerra, no bairro Parque Potira, em Caucaia. A menina, além de ter recebido a dose da vacina oral contra a poliomielite, ainda se divertiu com o pula-pula e as brincadeiras. “Estou sempre de olho no cartão de vacinas, para que nada se atrase. Acho muito importante essa proteção contra as doenças”, disse.
A vacinação contra a paralisia infantil ocorreu em todo o estado, acompanhando uma mobilização nacional. No Ceará, as ações estratégicas realizadas pela Secretaria da Saúde (Sesa) em parceria com os municípios visam alcançar no mínimo 95% do público-alvo: crianças menores de cinco anos de idade. Os imunizantes estão disponíveis em mais de 2.500 salas de vacinação no território estadual. Aqui, a campanha iniciou de forma antecipada no último dia 25 de maio e segue até 14 de junho.
Em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Antonio Silva Lima Neto (Tanta), e a coordenadora de Imunização da Sesa, Ana Karine Borges, estiveram com o Zé Gotinha na Unidade Básica do bairro Parque Potira. De lá, o grupo seguiu para o Polo Base Trilho, na comunidade indígena Tapeba, que contou com a presença do secretário especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, e de outras lideranças.
De acordo com Antonio Silva Lima Neto, o objetivo da ação deste sábado foi ampliar a cobertura vacinal da poliomielite. “O Ceará teve a maior cobertura vacinal contra a pólio em 2023. Nossa intenção é solidificar as parcerias com os municípios. Por isso, viemos acompanhar o movimento em um posto de saúde de Caucaia e no polo indígena do povo Tapeba, onde tivemos a felicidade de encontrar o coordenador regional do Distrito de Saúde Indígena e o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, o que nos dá oportunidade de construir e solidificar parcerias formadas ainda no início da gestão. Temos altas coberturas para a pólio e queremos ampliar ainda mais esses números”, destaca.
Para a coordenadora de Imunização do Ceará, Ana Karine Borges, esse é um momento de fortalecer parcerias. “Desde o dia 25 de maio, iniciamos a campanha de forma antecipada. No processo de articulação para realizar esse dia D do Estado, temos diretrizes compartilhadas entre a união, estados e municípios. Hoje estivemos em Caucaia, com a presença dos gestores e isso só fortalece o nosso trabalho de imunização”, pontua.
Weibe Tapeba destacou a importância da parceria com o governo do Estado do Ceará. “Estamos em Brasília e o Ceará tem sido um grande parceiro na imunização, com campanhas nos nossos territórios. Aqui, nesse dia D, vemos o verdadeiro espírito da cooperação e tem sido bastante produtivo. Temos trabalhado na Saúde Indígena, no sentido de melhorar a atenção primária e dar mais qualidade no atendimento à população indígena do Estado”, ressaltou.
A dona de casa Maria Luiza Guimarães mora na comunidade indígena do Trilho, no Capuan, em Caucaia, e levou o filho Caíque, de um ano e sete meses, para se vacinar contra a poliomielite. “Eu sempre procuro manter o cartão de vacinas dele em dia, para que ele não adoeça. É uma forma de amor e cuidado”.
A professora Ane Lima mora na comunidade indígena e trouxe os filhos Murilo, de dois anos, e Heitor, de seis anos, para se vacinar. “Essa ideia de não vacinar é inconcebível porque se as crianças não se vacinarem, as doenças podem voltar. Proteger é um ato de amor“, reforça.
A poliomielite, doença imunoprevenível de grande importância em saúde pública, está incluída no calendário nacional pelas sequelas permanentes, como a paralisia dos membros inferiores, e risco de morte. Ela é causada pelos poliovírus 1, 2 e 3. A proteção vacinal contra o vírus está disponível nos 184 municípios cearenses.
Esquema de imunização
As vacinas VOP (vacina oral poliomielite) e VIP (vacina inativada poliomielite) são os dois imunizantes disponíveis no Brasil para proteger contra a poliomielite. Desde 2016, o esquema contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável para crianças com 2, 4 e 6 meses. Além disso, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente, conhecida como gotinha.
A vacina contra poliomielite injetável confere uma proteção para três sorotipos (1, 2 e 3). Já a vacina contra poliomielite oral reforça o esquema básico, protegendo para os sorotipos 1 e 3, além de conferir a proteção também da comunidade.