Cacimba do Povo foi o nome popularmente dado ao primeiro chafariz público do Aracati, que se encontra em um dos bairros da cidade, batizado com o mesmo nome. É um monumento que fez e faz parte da história do município e que atualmente passou por um processo de revitalização.
“Construído no século XIX, foi um dos meus principais objetos de estudo durante a graduação, sendo um dos objetos de trabalho em meu TFG, no qual desenvolvi um projeto de restauro. E agora o vejo se tornar realidade depois de 12 anos. Um projeto pequeno, mas cheio de significado pessoal. Quando forem a Aracati, não percam a oportunidade de conhecer essa arquitetura fundamental para compreender como era a vida da vila nos séculos passados”, relatou Gerson Amaral, arquiteto responsável pelo projeto de restauração.

Antero Pereira, um dos historiadores da cidade, nos contou um pouco da história deste importante monumento. “Durante muitos anos ele serviu como um local onde os animais que vinham do sertão paravam para beber água depois de longas caminhadas. A água do chafariz também servia para abastecer as residências. Aliás, aquele bairro Cacimba do Povo foi fornecedor da água potável para as residências de Aracati, onde era vendida em carroças”, descreveu o historiador.
Para Anterinho, como é conhecido no município, a revitalização do chafariz é algo de grande importância, tanto para a história quanto para a cultura da cidade. “Com essa revitalização, o Aracati ganha um novo monumento, que até então estava abandonado e destruído, voltando a ser um monumento importante para a história do município”, destacou ele.

Raimundo Nonato de Sousa Queiroz, morador da Cacimba do Povo desde quando nasceu, há 67 anos, também contou o quanto achou bonita a restauração do chafariz. Ele resgata da memória a época onde as pessoas tanto tomavam banho como davam banho em seus animais, além da tão falada lavagem de roupas. E sobre isso, Diva Alves Barbosa Lima relata que era bem comum entre os que lá viviam. A moradora, que vive no bairro desde 1973, enfrentou dificuldades na vida para criar seus 12 filhos e fazia do chafariz sua fonte de renda, com as chamadas “roupas de ganho”, que eram as lavagens de roupas pagas.
Revisitar o passado é também reconstruir o presente e assim contar a história de um povo. Preservar espaços como esse é de suma relevância para a construção de uma identidade, seja ela histórica, cultural ou econômica.
