O Instituto Terre des Hommes (TdH) Brasil promoveu na segunda semana de dezembro o primeiro acampamento ambiental contando com a presença de quase 60 jovens de Fortaleza, Caucaia e Aracati – todos eles com engajamento em causas sociais com foco no meio ambiente.
Entre os dias 15 e 17 de dezembro, o grupo participou de uma vasta programação que contemplou análise de contexto, desenho da rede, cursos, oficinas, palestras, intervenções artísticas e visita ao Mangue de Aracati, com o objetivo de conhecer in loco a biodiversidade do local. O Acampamento foi realizado no Quilombo do Cumbe e teve como parceiro a organização filantrópica alemã, KNH, e o banco BMZ.
A ação faz parte do projeto “Adolescentes e jovens como protagonistas da saúde ambiental no nordeste do Brasil” iniciado em agosto deste ano pelo Instituto TdH e cuja duração se estende até o início de 2027. Um dos objetivos do Projeto é o de “sensibilizar a sociedade para as condições de risco social e pessoal das crianças, dos adolescentes e dos jovens e lutar pela melhoria das suas condições de vida através de assistência direta, de projetos de formação e de informação, de incidência política e de outros meios adequado”.
O projeto também tem por proposta a criação de uma rede entre jovens para que possam trabalhar a pauta do desenvolvimento ambiental. Essa rede foi oficialmente criada durante o Acampamento, tendo os jovens como protagonistas da ação, ocasião em que os participantes iniciaram o desenho da rede, levantando subsídios de quem somos, sobre a missão, áreas de atuação, como se organiza e principais ações. Foram eles, inclusive, quem escolheram o nome da Rede.
Após uma série de sugestões, os nomes foram submetidos a votação e o escolhido, por eles, foi Rede Ambiental de Valorização de Ecossistemas em Restauração (Reaver). Essa rede terá atuação inicial em territórios da Capital cearense e, posteriormente, as ações serão expandidas para mais três estados do Nordeste do Brasil: Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte.
O presidente do Instituto Terre des Hommes (TdH), Renato Pedrosa, considerou a experiência de forma positiva e avaliou que o Acampamento sinalizou que, “juntos, e com o devido apoio, esses jovens podem conferir importante e valiosa contribuição à sociedade”. O representante do Instituto reforçou o protagonismo dos adolescentes e jovens ao longo deste Projeto de Saúde Ambiental e se mostrou otimista com os próximos atos do Projeto.
A jovem Nicole Ferreira, de 16 anos, é integrante do “Brigada Natureza”, um coletivo criado pela ONG Aquasis. Ela foi uma das adolescentes que participaram do Acampamento. Segundo ela, uma “experiência incrível”. “Foram dias muito intensos, de bastante aprendizado de conexão com a natureza. Tivemos várias oficinas das quais nunca tinha feito. Foi muito incrível”, avaliou.
“Foram três dias de uma intensa interação e troca de conhecimentos. Podemos sentir, ali, a mudança de curso de um cenário que hoje se apresenta preocupante. É esperançoso ouvir a fala desses jovens, cheias de força, otimismo e vontade de mudança”, acrescentou.
O Acampamento marca, ainda, uma preparação aos jovens que durará cerca de três anos. O projeto Saúde Ambiental tem como missão formar com excelência esses jovens e adolescentes de modo que eles possam atuar, a longo prazo e de forma sustentável, como multiplicadores para dar continuidade às atividades desempenhas ao longo da execução do Projeto. A Rede Reaver é o embrião desse processo que se iniciou agora em 2023 e segue até 2027, data em que o projeto se encerrará e os jovens seguirão como multiplicadores.