A 40 dias do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, decidiu que os alunos não poderão utilizar a nota da prova de janeiro para concorrer a uma vaga no Sisu do primeiro semestre de 2021. Em entrevista à TV Asa Branca, afiliada da rede Globo em Pernambuco, Ribeiro disse nesta quinta (10) que as inscrições para o Sisu seriam feitas com notas do exame de anos anteriores.
“Nós estamos marcando a questão do Sisu para o final de janeiro. Nós vamos divulgar nesta semana agora o calendário, que possa aproveitar, talvez notas do Enem do passado e para as escolas privadas. Então está tudo organizado, essa semana eu devo distribuir essa informação para conhecimento de todos da sociedade”, disse.
O Sisu (Sistema de Seleção Unificada) utiliza a pontuação obtida no Enem para preencher vagas nos institutos e universidades federais do país.
Na prática, o Enem não servirá para o Sisu e nem para selecionar as vagas do Prouni (Programa Universidade para Todos) e do Fies (Financiamento Estudantil), como já havia anunciado o ministério.
As provas do Enem estão marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro, na versão impressa, e 31 de janeiro e 7 de fevereiro, na versão digital.
O MEC avalia que esperar até o fim de março, quando os resultados do Enem serão divulgados, irá atrasar o calendário letivo das instituições. A principal resistência em alterar o início das aulas para depois de março é das faculdades particulares. Por isso, o ministro decidiu não usar o exame como critério para os programas de acesso ao ensino superior do governo federal.
Os candidatos, agora, terão de usar as notas do ano passado para concorrer a uma vaga em instituições públicas. Quem for prestar a prova pela primeira vez, terá de esperar pela reabertura dos programas no segundo semestre do ano para tentar uma vaga.
Dirigentes e integrantes do MEC avaliam que a organização do calendário dessa forma tira a utilidade da realização do Enem. A avaliação é de que o exame de janeiro foi esvaziado pelo MEC e que só terá custos e o potencial risco de transmissão de Covid-19 entre os candidatos e organizadores da prova.
Folhapress