O interesse dos brasileiros pelo preço de produtos bateu recorde nas buscas do Google em 2020.
Um levantamento feito pelo Google Trends aponta que as procuras pelo termo “preço” atingiram o pico do índice de popularidade no site de pesquisas neste ano.
Até quinta-feira (29), a busca pela palavra marcava uma média parcial de 94 pontos em outubro –em igual mês de 2019, o indicador estava em 88 pontos. O índice vai de 0 a 100.
Dentre os principais destaques estiveram as pesquisas pelo preço de alimentos. O termo com uma das maiores popularidades neste ano foi “preço de arroz”, que atingiu 100 pontos em setembro. Na média parcial de outubro, a busca caiu para 20 pontos, mas o índice é mais do que o triplo do registrado no mesmo mês do ano passado, quando marcava 6 pontos.
Em setembro, o grão registrou uma disparada nos preços. Segundo produtores de arroz ouvidos na época, o aumento seria resultado de mudanças tanto no mercado externo, com aumento das exportações, quanto no mercado interno, uma vez que o brasileiro passou a comer mais em casa durante a pandemia.
Segundo o Google Trends, as pesquisas sobre os preços do arroz subiram 960% neste ano em relação a 2019.
A segunda maior alta foi para as buscas para o preço da muçarela (com a grafia “mussarela”), que subiu 560% na mesma base de comparação.
As procuras pelo preço da soja também tiveram destaque –atingiram 100 pontos em março .
Em outubro, o indicador marca uma média parcial de 59 pontos –valor que ainda representa uma alta de 18% em comparação a igual mês de 2019, quando o indicador registrava 50 pontos no índice de popularidade.
Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o preço da soja tem batido recordes neste ano, pressionado pelo baixo excedente interno, o cultivo tardio no Brasil e pela valorização externa.
Segundo o Google Trends, entre as cinco maiores buscas por preços de alimentos também estavam o leite, o café e o milho.
Fora da categoria alimento, o termo mais buscado junto ao tema “preço” foi o dólar.
Os riscos de uma segunda onda de coronavírus –situação que prejudicaria a retomada das economias no mundo”, a proximidade da eleição nos Estados Unidos e as preocupações com a questão fiscal do Brasil têm levado investidores a buscar ativos de proteção, como é o caso da moeda americana.
Além do dólar, os termos “preço do iPhone” e “preço do ouro” também estiveram entre os mais procurados pelos brasileiros.
O indicador aponta, ainda, que as pesquisas pelas palavras “está caro” também bateram recorde neste ano. Em setembro, o termo atingiu os 100 pontos pela primeira vez desde o início da série histórica do indicador, em 2004.
Em outubro, o índice de popularidade do termo baixou para 62 pontos –mais do que o dobro (158%) de crescimento em relação à pontuação registrada em igual mês do ano passado.
Isabela Bolzani/ Folhapress