Natural do município de Itaiçaba-CE, João Paulo Barbosa Neto concluiu o curso de Direito na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Aos 28 anos, depois de muito estudo e dedicação, o jovem foi aprovado no concurso para Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Pará -TJPA.
“Comecei a sonhar em ser Juiz de Direito assim que ingressei na faculdade. Sabia, desde criança, que somente através dos estudos eu poderia atingir meus objetivos. Mas, tinha dúvida acerca de qual área do conhecimento seguir. Direito foi a última, e melhor opção, para mim. Então, fui me identificando naturalmente com a carreira de juiz ao estudar, na faculdade, o que cada uma das carreiras jurídicas fazia no dia-a-dia, bem como observando isso no fórum”, falou João Paulo.
O futuro juiz teve um longo caminho de muitas dificuldades para chegar aonde está hoje. Ele conta que na época da graduação teve que morar com uma tia em Mossoró-RN e, que residindo distante da universidade, precisou recorrer ao “Carona Amiga”, prática comum na cidade onde pessoas que estão em seus veículos oferecem caronas a acadêmicos que estão indo ou voltando da aula. “Ficava à beira da estrada esperando algum condutor usar da generosidade. Era uma aventura. Todo dia era uma história distinta nesse vai e vem a caminho da UERN”, narrou ele.
João Paulo ainda disse que sofreu com a falta de recursos para comprar os livros, que possuem um valor muito caro se tratando da área jurídica. “Portanto, para contornar essa situação, peguei livros emprestados na própria universidade. Quando eram livros que não podiam sair da biblioteca (por serem exemplar único), estudava na própria biblioteca. Às vezes alguns colegas de faculdade emprestavam algum material para estudo também.”
As dificuldades não diminuíram depois de formado e o jovem ainda encontrou alguns obstáculos no meio do caminho. “Após a conclusão do curso, mesmo tendo sido aprovado na OAB e tendo excelentes resultados em concursos para estágios públicos (primeiro lugar no TJRN e no MPF), não encontrei nenhuma vaga de emprego na advocacia, a despeito de ter procurado em diversos escritórios. Tive, então, que abri meu próprio escritório, em uma pequena sala que só tinha minha mesa e o computador”, explicou ele. Nesse meio tempo, João Paulo atuava na área da advocacia, enquanto estudava para concurso, até chegar à aprovação.
Ao ser perguntado pela Redação do Sinal News sobre que lição de toda essa trajetória ele tira para a vida, o aprovado no concurso foi categórico: “ A lição, portanto, é de que estudar é um ato emancipatório. Às vezes nos perdemos em muitas ocupações secundárias que a modernidade nos oferece. Mas, debaixo da bênção de Deus, quando estudamos com dedicação e persistência, conseguimos melhorar muito o nosso futuro profissional e pessoal”.
Sobre como esta conquista é vista por alguém que saiu do interior do Ceará, João Paulo faz questão de ressaltar suas origens itaiçabenses, demonstrando grande orgulho de ser de uma cidade “cuja educação já foi destaque em diversas ocasiões no cenário estadual e até nacional”.