Os Estados Unidos vivem momentos de tensão a cinco dias da posse do presidente eleito Joe Biden. A prefeita de Washigton, D.C., Muriel Bowser, pediu à Casa Branca uma declaração de emergência para a capital. A medida vai durar até 24 de janeiro. Até lá, nenhum encontro ou reunião públicos são permitidos na área e outras medidas foram tomadas para garantir a segurança local. Aproximadamente 20 mil homens da Guarda Nacional fazem a segurança da cidade.
O clima entre os moradores é de medo. A decisão foi tomada depois de autoridades alertarem sobre ameaças de ataques a instituições e terrorismo durante a posse do presidente eleito Joe Biden, no dia 20, o Inauguration Day. O FBI interceptou tentativa de ataque em 50 capitais nos EUA e no Capitólio. E, na terça-feira (12), anunciou que investiga ao menos 160 casos ligados à invasão ao Congresso americano.
O Departamento de Parques fechou a visitação para o Washington Monument, o Lincoln Memorial está cercado e várias lojas colocaram tapumes nas fachadas. Quem vive aqui há mais tempo diz que nunca houve tanta tensão antes de uma posse presidencial. Algo parecido foi visto no atentado de 11 de Setembro, quando as torres-gêmeas foram derrubadas.
Várias ruas estão fechadas nos arredores da Casa Branca desde a quarta-feira (13). Todos os estacionamentos em garagens na região ficarão fechados, entre eles, no famoso Watergate (local onde se desencadeou o escândalo que derrubou o presidente Nixon), e o acesso ficará restrito até o final da cerimônia de posse.
Todo esse aparato tem uma razão de ser. Já são quatro presidentes americanos assassinados na história dos Estados Unidos (Abraham Lincoln, John F. Kennedy, James Garfiel, William McKingley) e uma tentativa de assassinato contra Ronald Reagan.
A polícia e o serviço de inteligência americanos estão tentando corrigir os erros do dia 6/1, com a invasão do Capitólio, para evitar novos ataques. O FBI interceptou tentativa de ataque em 50 capitais nos EUA e no próprio Capitólio. O chefe do escritório do FBI em Washigton, Steven D’Antuono, disse em entrevista coletiva que a polícia recebeu mais de 100 mil fotos e vídeos com provas sobre a identidade dos invasores.
Promotores de Washington estão investigando um grande número de casos que podem estar ligados ao crime de sedição (perturbação da ordem) e conspiração. Invasão, furtos e até mesmo assassinato estão na mira dos investigadores.
A prefeita Muriel Bowser vai receber recursos federais para garantir segurança, prevenir terrorismo e protestos. Instituições e estabelecimentos particulares também se movimentam. Air bnb cancelou todas as reservas na região, a American Airlines cortou bebidas alcoólicas nos voos no dia da posse de Biden e comércio ficará fechado. O público não poderá participar da cerimônia. Poucos serão os convidados na estrutura montada em frente ao Capitólio.
Enquanto isso, Donald Trump é o primeiro presidente a sofrer dois processos de impeachment em um só mandato. Na quarta-feira, a Câmara aprovou o processo de impeachment contra o presidente e agora cabe ao Senado decidir sobre o caso. Mas isso só ocorrerá depois da posse de Biden. Para que perca o mandato, mais de dois terços dos senadores devem votar a favor da cassação. Os republicanos são maioria, mas muitos já anunciaram que são contra Trump. A intenção é que ele fique inelegível para a corrida presidencial em 2024.
Trump é acusado de “incitar a insurreição” ao discursar para apoiadores momentos antes da invasão de extremistas ao Capitólio. Cinco pessoas morreram no episódio, incluindo um policial.
Só resta ao Trump assistir a tudo sem poder usar o Twitter e outras redes sociais onde ele costumava insuflar a população. O Twitter, por exemplo, já baniu a conta do presidente americano permanentemente. Já o Facebook e Instagram suspenderam as contas de Trump até a posse de Joe Biden, marcada para o dia 20 de janeiro. E na quarta-feira, quem suspendeu a conta dele por 7 dias foi o Youtube. Todas por incitação à violência.