A política não é binária

Vivemos em um país onde temos o pluripartidarismo, Constitucionalmente esclarecido no artigo 17 da nossa Carta Magna, que em resumo podemos considerar que é a reconhecida diversidade na política.

Entretanto, estamos presenciando no mundo uma guerra onde só existem dois lados da história e se você faz críticas a um determinado lado, automaticamente você já é taxado como se aprovasse o lado oposto.

Isso é irreal.

Fato é que a urgência dessa política em sua dualidade é tentar mudar o outro para agradar a si mesmo, ficando mais fácil manipular aquele que sustenta a política, ou seja, o povo, quando fica perceptível que ele só pode escolher um dos dois lados.

Tudo isso, se espalhou no mundo de uma maneira onde as pessoas ficam com receio até de se manifestar, para que não sejam taxadas de algo que são contra.

E está ultrapassando a política. Chegando até as guerras sem sentido, quando alguém em sã consciência critica um grupo terrorista que invade determinado país, as pessoas dizem que estão por consequência defendendo a morte de inocentes, quando em verdade os erros são alarmantes para os dois lados.

Um grupo terrorista não merece ser respeitado, muito menos invadir e matar pessoas de um outro país, como esse país não deveria matar gente inocente para justificar nenhum ato.

Ou pior, quando você critica algum político de um lado da moeda, de forma instantânea lhe denominam defensor daquele ser que está do outro lado da moeda. Lembrando que a moeda não deixa de ser uma só, em verdade, ela aparece aquele determinado lado quando é mais conveniente para a sociedade naquele momento.

Mas quem manipula essa moeda, quem escolhe o lado que ela vai cair?

Deveríamos ser nós, o povo, mas somos tão manipulados quanto os “atores” de cada lado da moeda, que não mandam em nada e são apenas jogados e um lado para o outro, prestando determinado serviço e quando necessário, descartado e a moeda muda de lado.

Fugir dessa mesquinhez de que não podemos nos manifestar por temor em ser equiparado a determinado lado que não queríamos estar é justamente fazer o que o sistema quer, ou pior ser o que acusa e ficar preso a pequenez de uma política dupla quando na verdade ela é plural.

A humanidade está muito acima de Lula x Bolsonaro, Rússia x Ucrânia, EUA x China, Hamas x Israel ou qualquer outra comparação entre o que um entende por correto mais do que o outro.

Aqui não há equivalências ao mencionar os dois lados e sim tentar minimamente expor que os que se degladiam por ambos, são os fantoches de todos.

Que possamos fugir da corrupção, demagogia e oligarquia de seres e instituições que se mostram inescrupulosas, com intenção tirânica de governar o mundo.

Poderíamos ter a compreensão de que a própria política está superior ao que se mostra hoje, a política em si deve ser essencialmente associada à moral. E qual a moral se mostra em fazer seu povo brigar um com o outro?

O Estado e aquele que governa deve proporcionar a virtude, formando seres de moral para ter firmeza quando se pronunciam. E qual deles as pessoas creem que isso de fato ocorra?

Deveríamos ter uma forma de governo concreta, observando situações históricas daquele determinado povo e sua autonomia de se governar. Torna-se uma condição indispensável, com a finalidade do bem comum e não apenas a vantagem daqueles déspotas que governam e dos seus.

Papo de Quinta por Alex Curvello
Advogado – Presidente da Comissão de Direito Previdenciário OAB Litoral Leste Ceará
@alexcurvello

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