No Papo de Quinta desta semana vamos conversar sobre aquilo que muitos buscam, mas poucos efetivamente encontram, vamos falar de amor.
Resolvi escrever sobre esse tema, porque me lembrei mais uma vez da cena quase que recorrente quando visito meus avós ou quando levo eles para dar um passeio e chegamos na casa deles de volta.
Meu avô que esse ano completará 92 anos de retidão, carisma e lucidez, quase que como um mantra sempre que ele chega da rua com minha avó, ele vai no quarto, pega as sandálias de minha avó e traz na sala para que ela, segundo ele, descanse os pés ao tirar os sapatos que ela estava usando.
Tudo isso é um sentimento recíproco, minha avó faz inúmeras vontades e gestos de carinho para meu avô, até hoje ela que faz o prato de comida dele, não que ele não saiba fazer, mas ela se sente feliz em escolher a comida dele.
Incrivelmente os dois se completam até nas birras. Meu avô para descontrair quando raramente presenciei eles discutindo, ele fala uma frase que gosto muito, ele olha para minha avó e diz; “a gente é um só”.
Isso é incrível, é a descrição de fato de um casamento, os dois sendo um. Já eu olho para minha esposa e digo; “nós é um”.
Esse simples gesto dele para ela representa o mais puro sentimento positivo que conhecemos, o amor.
Todo relacionamento deve ser baseado no amor, ele é o propósito de uma relação, viver a dois sem amor é como um pássaro sem asas para voar, perde o sentido.
Obviamente, o amor verdadeiro, o sentimento de fato que um dia Jesus Cristo demonstrou pela humanidade está longe do que nós conseguiremos demonstrar em vida.
Entretanto, até onde consigo compreender essa é a base de todo relacionamento, o sentimento mútuo.
Respeito qualquer posicionamento em contrário, mas fico me questionando quando foi que os relacionamentos atuais se tornaram uma competição?
“Ah mas se eu fiz isso, você tem que fazer aquilo” “Aquela eu fiz, agora é sua vez” “só vai ganhar presente se eu receber” e por aí vai.
É bem complexo presenciar relações frias, por interesse e por vezes individualistas, mas não vem ao caso e não me diz respeito.
Lembrando sempre que toda competição tem um perdedor.
Não acredito que o amor seja uma espera por alguém que vai agir primeiro, o amor é ação, ter esse sentimento é saber que sempre você deverá demonstrar e aí fica a seu critério se essa manifestação de afeto será para muitos ou em particular, não importa.
Amor é conquista, sempre.
Certa vez escutei de um professor que todo matrimônio é feito de uma pessoa que ama mais e outra que ama melhor.
Não tenho nenhum receio em dizer aqui que tento levar meu casamento da melhor forma possível e tenho consciência que minha esposa tenta fazer o máximo que ela pode.
O papo de fato retratou mais uma vez sobre o carinho de meus avós um com o outro mesmo depois de 40 anos de casados, mas vale o registro para que minha esposa saiba o quanto eu a amo, tenho um sentimento bom e verdadeiro por ela.
Que eu consiga por longos anos fazer com que os pés dela possam descansar, fazendo o melhor para que sigamos um ao lado do outro.
Meu bem, saiba, nada é eterno, exceto nós e meus avós.
Papo de Quinta por Alex Curvello
Advogado – Presidente da Comissão de Direito Previdenciário OAB Litoral Leste Ceará
@alexcurvello
