Solidariedade, adaptabilidade e esperança

São tantas formas de ajudar, são inúmeras maneiras de sermos solidários e cada um pode fazer sua parte.
 
Rendas de jogos do campeonato brasileiro, custas judiciais do Estado do Rio Grande do Sul, fundo partidário das campanhas dos políticos do Brasil, venda de materiais a preço de custo para quem quer ajudar, porcentagem da anuidade da OAB, verba parlamentar de deputados e senadores, influencer que na verdade consiga influenciar para o bem, artistas que possam fazer shows e destinar o cachê, uma oração, rezar um Pai Nosso pedindo que Deus possa ser misericordioso, uma ligação para um conhecido ou familiar que esteja numa situação delicada, muito além de mandar dinheiro, podemos tentar mandar roupas, sapatos, colchões, remédios, água, comida, ração animal e muitas outras possibilidades para tentar minimizar a dor dos que nesse momento estão sofrendo no sul do Brasil

Aos que possam, tentem doar para uma frente civil de combate direto que estão sendo voluntários por lá, por vezes o Governo burocratiza esses valores que podem demorar a chegar para quem realmente precisa, a sociedade civil lá está muito unida e atenta às demandas mais urgentes.
 
Lembrando que toda boa ação não há necessidade de ser divulgada e se por acaso precise mostrar, que comprove o feito, não apenas jogar palavras em rede social tentando angariar reconhecimento.
 
Das inúmeras formas de poder ajudar, consegui quatro PIX de pessoas que estão na linha de frente ajudando o povo e animais do Rio Grande do Sul, que são;

E-mail – 4735637@vakinha.com.br, CPF – 51982220010, e-mail – deisefalci@gmail.com e e-mail marinhoketrin@gmail.com

Outra forma de tentar ajudar seria parar com a premissa de que as pessoas do mundo são ruins, corruptas e não tem jeito, sendo que isso é tóxico, uma maneira de romper esse modo de agir é mudar e se adaptar, além de fazer, olhar coisas boas, por mais que a maldade exista.
 
É inegável a maldade da catástrofe do ocorrido, mas temos a bondade de civis ajudando, de pessoas se doando para melhorar a dor do próximo e que isso sim poderíamos expor. O algoritmo das redes sociais é cruel ao ponto que não vai lhe mostrar benevolência se você estiver só vendo pessoas criticando outras para que tentem agir conforme querem, mas se você passar a assistir vídeos do carinho que o ser humano consegue ter mesmo na dificuldade, só aparecerá isso e poderemos vivenciar uma melhor maneira de encarar esse momento tenebroso vivido por lá.
 
Mudando só um pouco e assunto, lembro que certa vez eu e minha esposa viajamos para o Rio de Janeiro, tivemos muitos empecilhos que fizeram a gente se adaptar em vários momentos.
 
Inicialmente foi uma viagem planejada e que aconteceu depois de vários adiamentos por conta da pandemia, a própria empresa aérea que modificava nosso voo, viagem que íamos inicialmente, eu, Karla, nossa filha Ianna e minha mãe Eliane, sendo que pelos adiamentos, surgiu a primeira de algumas necessidades de vivenciarmos a adaptabilidade.
 
Devido aos adiamentos, Ianna, pelas provas de final de ano do colégio, não conseguiu mais viajar com a gente, minha mãe também não conseguiu ir, foi uma situação delicada, mas que tivemos que superar, afinal a viagem foi planejada para nós quatro, mas fomos só nós dois.
 
Ao chegarmos no Rio, fomos direto para o apartamento de um familiar, quando chegamos percebemos que o apartamento estava sem luz, ficamos sabendo que as contas estavam em atraso devido a pandemia e daí veio mais uma forma adaptação para superar aquele momento.
 
Tentamos encontrar hotéis perto de onde estávamos e todos lotados, passamos a tarde e parte da noite andando pelo Rio de Janeiro nesse período que ficamos, por incrível que pareça abria um sol pela parte da manhã, tarde e pela noite a temperatura chegava a 18º, com isso não tivemos nenhuma dificuldade em dormir mesmo sem energia.
 
No dia seguinte, nos adaptamos a nova realidade e refizemos nossos planos, quase não sentimos a falta da energia, apenas quando íamos tomar banho, por conta do frio e a viagem se manteve adaptável e moldável até voltarmos pra casa.
 
Certa vez escutei de um professor que temos que estar preparados para tudo na vida, pro ruim e para o bom também, um ajuste para situações não planejadas tem que ser nossa salvação para evitarmos sofrimentos desnecessários, sabendo levar, seguindo sobretudo em frente.
 
Essa adaptação deve ser feita por nossos governantes também para que não tentem agir só quando o estrago acontece e quando forem efetivamente ajudar que seja por compaixão e não por politicagem barata de tentar ser o que mais aparece na mídia.
 
A esperança que o brasileiro consegue mostrar em momentos de necessidade fazem com que o instinto de solidariedade sempre prevaleça, superando inclusive possíveis políticos inescrupulosos que desejam apenas aparecer em momentos de bondade efêmera.

É óbvio que não estou dando a solução para que tudo se resolva no Rio Grande do Sul nesse momento, muito menos comparando a minha adaptabilidade da viagem que fiz com o horror vivenciado pelas pessoas nesse momento, mas por vezes o óbvio precisa ser dito, em verdade o que desejo é que possamos sempre estar preparados para tudo e que os que possam, ajudem aos mais necessitados, sejam os desabrigados nesse momento no sul do Brasil ou por anos nossos irmãos do Nordeste pela desigualdade social.

Nenhum brasileiro ou instituição é perfeito, mas acredito que a maioria tente fazer o melhor em nossas batalhas diárias que por vezes perdemos e em outros momentos saberemos da vitória na hora certa, mas todas as noite que colocarmos a cabeça no travesseiro saberemos que o sacrifício valeu a pena e que nossos sentimentos não falharam em fazer o certo para que o nosso melhor seja mais do que suficiente.
 
Recordo um dos ensinamentos de Lao Tsé quando nos disse que “aquele que souber adaptar-se será preservado até o fim”, e é nela, na adaptabilidade que não podemos deixar a peteca cair por nenhum momento nessa e em muitas circunstâncias de nossas vidas, para mantermos firmes o nosso instinto de solidariedade na esperança de vivenciarmos uma humanidade melhor.

Uma tragédia faz com que as pessoas apreciem umas as outras ou passem a temê-las, outros tantos dizem que um pensamento positivo durante uma tragédia faz com que sejamos sonhadores, sendo assim prefiro ser um sonhador que busca por justiça do que ser um realista que se acostuma com a maldade.

Papo de Quinta por Alex Curvello
Advogado – Presidente da Comissão de Direito Previdenciário OAB Litoral Leste Ceará
@alexcurvello

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