Caiu o número de brasileiros afastados do trabalho devido ao distanciamento social na segunda semana de setembro. Entre os dias 6 e 12, eram 3 milhões nessa situação, ou 3,7% da população ocupada, uma diminuição de 400 mil pessoas na comparação com a semana anterior. Ao mesmo tempo, dois milhões de brasileiros interromperam o isolamento social rigoroso, passando de 37,3 milhões para 35,3 milhões, o que mostra reflexos da flexibilização do comércio de rua, bares, restaurantes e shoppings por todo o país.
Os números foram divulgados nesta sexta-feira (2) e são parte da edição semanal da Pnad Covid, pesquisa criada pelo IBGE para calcular os efeitos da pandemia no mercado de trabalho. A partir de março, a Covid-19 forçou os brasileiros a ficarem em distanciamento social, o que afetou o emprego e a vida das pessoas. Na primeira semana de maio, quando saiu o primeiro resultado da pesquisa do IBGE, 16,6 milhões de brasileiros estavam afastados do trabalho devido ao isolamento. Esse número representava, 19,8% dos ocupados.
Na ocasião, o Brasil tinha, segundo o IBGE, 83,9 milhões de pessoas ocupadas. Entre 6 e 12 de setembro, o número havia caído para 82,6 milhões – estável na comparação com a semana anterior. Outros números do mercado de trabalho também demonstraram estabilidade na primeira quinzena de setembro. A população ocupada e não afastada do trabalho estava estimada em 77,2 milhões de pessoas na primeira semana e 76,8 milhões na segunda. Desse total, 8,2 milhões ainda trabalhavam remotamente. O resultado é estável em números absolutos na comparação com a primeira semana de maio, quando a pesquisa teve início.
Porém, em percentual na comparação de quem está home office com a quantidade de brasileiros na população ocupada e não afastada, houve queda de 13,4%, segundo o IBGE. A taxa de informalidade, que antes da pandemia segurava uma lenta recuperação do mercado de trabalho, caiu na comparação com o início de maio (35,7%), mas seguiu estável em setembro (34,4%). A população desocupada também demonstrou estabilidade na análise do IBGE. Na primeira semana de setembro eram 13 milhões de desempregados, contra 13,5 milhões na segunda semana. De 3 a 9 de maio, eram 9,8 milhões nessa situação.
A taxa de desocupação de 6 a 12 de setembro chegou a 14,1%, estável na comparação com a semana anterior, que marcou 13,7%. Em maio, o índice estava em 10,5%. De acordo com a Pnad Covid, 16,3 milhões de pessoas (21,8%) fora da força que gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho, não o fizeram por causa da pandemia ou por não encontrarem uma ocupação na localidade em que moravam. Esse número sofreu queda em relação à semana anterior (17,1 milhões ou 22,8%) e também comparado à semana de 3 a 9 de maio (19,1 milhões ou 25,1%).
DIEGO GARCIA/FOLHAPRESS