O longa que chega aos cinemas nesta semana, de Allan Deberton, é baseado numa história real de uma figura memorável do município de Russas. Interpretada por Marcélia Cartaxo, Pacarrete foi uma professora de dança aposentada que tinha o sonho de ser bailarina profissional e estrelar um balé para a população local.
A Redação do Sinal News entrevistou o diretor do filme e você confere agora na íntegra:
Sinal News: Como se deu o processo de produção do filme?
Allan Deberton: “Pacarrete” é meu primeiro longa e filme de grande desafios. Esperei mais de dez anos para fazê-lo. Apesar das dificuldades, todo o processo foi muito mágico e tive a sorte de contar comigo uma equipe muito competente. O elenco que conta com Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Soia Lira, da Paraiba, de João Miguel, da Bahia, além de Samya de Lavor, Débora Ingrid, Rodger Rogério e Edneia Tutti, do Ceará, foi uma alegria pra mim. Tive a sorte de levar este grande time pro meu interior, Russas, e lá realizar esta história. A cidade toda participou, de alguma forma. É filme sendo feito em uma cidade onde nem mesmo tem cinema.
SN: Como está a recepção do longa? Que prêmios a obra já conquistou?
AD: A nossa estreia aconteceu em junho do ano passado no suntuoso Festival de Cinema de Xangai. Foi incrível. É o Oscar deles. O filme foi muito bem aceito e recebeu elogios do “The Hollywood Reporter”, uma revista importante. No Brasil, tivemos a honra de estrear no Festival de Gramado e de lá saimos premiados com 8 Kikitos, incluindo Melhor Filme. Participamos do Cine Ceará, da Mostra de Cinema de São Paulo, do Festival do Rio, do FAM e de diversos outros. Foi uma carreira linda. Isso sem contar diversos festivais internacionais importantes. Até agora foram 40 festivais e 27 prêmios.
SN: Fazer um filme no interior do Ceará. Qual a maior dificuldade?
AD: Acho até mais fácil. A energia de produção muda, o prazer é maior. As pessoas ficam mais sensíveis. É cinema feito onde histórias precisam ser contadas. Há diversas narrativas Brasil adentro que merecem mais destaque na nossa cinematografia. Sou à favor de mais escolas e cursos de cinema no interior. Temos muita gente talentosa que precisam de mais oportunidades de trabalho. Acho incrível quando o cinema vem para fazer um movimento e quando retorna para ser visto no lugar de origem. Exibimos “Pacarrete” no fim do ano em Russas e lotou a praça. Foi lindo.
SN: De que forma a história de Pacarrete se relaciona com a história do município de Russas?
AD: Somos partes da cidade, sempre. E somos ainda mais parte dela, em cidades menores, principalmente “Pacarrete”, que foi uma pessoa ativista e pro-cultura. Ela fez um movimento e tanto em busca de projetos culturais pra cidade. Em busca de arte no interior. Ela foi uma motivadora, uma educadora e artista. O movimento dela em Russas foi muito ativo. No filme, a cidade também é personagem principal.
SN: Pacarrete será exibido agora em novembro nos cinemas. Conta um pouco para a gente como é que está essa expectativa.
AD: Estou muito animado. Finalmente o filme chegará para aqueles que buscavam assisti-lo. E incentivo muito que também assista todo mundo que busca uma história emocionante. É inspirado em fatos reais e, além disso, é filme de fácil identificação. É impossível não se envolver com o elenco e de nos vermos, de alguma forma, próximo dos personagens. Não percam, não vão se arrepender.
Veja o trailer do filme: