Aos 45 anos, o lutador Anderson Silva sente que ainda não é o momento de encerrar a carreira. Ainda que o UFC esteja promovendo o próximo combate dele como a sua despedida dos octógonos, o brasileiro pretende seguir lutando e não descarta outras modalidades, como o boxe.
“Tudo é possível”, disse nesta quarta-feira (28) em entrevista coletiva virtual, se esquivando de fazer uma previsão mais precisa para seu futuro. “Pode ser que aconteça [lutar boxe] ou não, vamos aguardar.”
A indefinição se deve, principalmente, a dois fatores. O primeiro é que deixar o UFC agora não é uma decisão que partiu exclusivamente de Anderson Silva. Segundo ele, foi um “comum acordo” com Dana White, presidente da categoria.
O empresário americano está promovendo o embate com o jamaicano Uriah Hall, 36, em Las Vegas, no próximo sábado (31), como o adeus do brasileiro. O canal Combate transmite o card principal do evento a partir das 20h.
Quando questionado sobre a despedida e sobre como se sente neste momento, o ex-campeão do peso médio do UFC (até 83,9 kg) demonstra resistência à ideia.
“O atleta tem essa coisa de o tempo exato para a aposentadoria. Ele pode parar um dia e não querer mais. Não tem um momento ideal. Quando for para ser, eu vou sentir isso”, afirmou.
Agora, a vontade é seguir lutando. Ele ainda teria mais uma luta no último contrato que assinou com o UFC, mas esse embate não está garantido. “Meu desejo é de continuar, claro, mas vou conversar com o Dana para ver o que é viável ou não.”
Até agora, seu histórico no evento tem 34 vitórias, 22 delas por nocaute, dez derrotas e um “no contest” (luta declarada sem vencedor). De 2006 a 2013, como campeão do UFC, ele defendeu seu cinturão dos médios com sucesso por dez vezes seguidas, até hoje um recorde na categoria.
Questionado sobre o legado que deixará para o UFC, o ex-campeão afirmou que legado “não é o que você deixa, é o que você deixa nas pessoas”. “Acho que deixei amor, carinho e persistência”, resumiu.
Luciano Trindade/Folhapress