O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta sexta-feira (11) que uma campanha de vacinação em massa contra a Covid-19 deve custar R$ 20 bilhões ao governo federal. O governo ainda estuda estratégias de imunização para o país, enquanto outros países já aprovaram vacinas e compraram doses de diferentes fabricantes.
Membros do Ministério da Economia têm conversado com o Ministério da Saúde sobre possíveis planos para a compra dos imunizantes. O custo da operação varia de acordo com o tipo da vacina escolhida.
“Se formos partir agora para uma campanha de vacinação em massa, devem ser mais ou menos R$ 20 bilhões”, afirmou o ministro em audiência na comissão do Congresso que acompanha as ações do governo no enfrentamento à pandemia.
Segundo interlocutores no governo, os recursos necessários devem ser liberados em breve por uma MP (Medida Provisória).
Na audiência com parlamentares, Guedes sinalizou que a verba pode ser autorizada ainda neste ano. Ao explicar os gastos do governo em 2020, o ministro disse que já foram disponibilizados cerca de R$ 600 bilhões em medidas de enfrentamento da pandemia e que esse valor poderia ser de R$ 620 bilhões com a verba da vacina.
“A vacinação em massa é algo que garantiria inclusive essa retomada sustentável do crescimento no ano que vem. Sabemos que o distanciamento social atingiu fortemente o setor de serviços, e é o setor que está com mais dificuldade de voltar”, disse Guedes.
O ministro também indicou que o valor mencionado diz respeito apenas à compra das vacinas, e não ao custo total da operação, o que incluiria outros insumos e a logística.
Segundo ele, o valor de cada dose é estimado em US$ 10. Para imunizar 200 milhões de brasileiros com duas doses, seriam necessários US$ 4 bilhões, o que corresponde a aproximadamente R$ 20 bilhões.
Em discurso na inauguração de um hospital nesta sexta, Pazuello disse que o plano de vacinação nacional é de responsabilidade do governo federal e que nenhum brasileiro terá vantagem, por morar em determinado estado.
A grande favorita do governo federal é a produzida pela Universidade de Oxford (Reino Unido) em parceria com a AstraZeneca. Embora o imunizante tenha saído na frente na corrida, uma vez que já vinha sendo testado para outros coronavírus, sua média de eficácia foi de 70%, tirada a partir de dois valores -62%, que seria o oficial, e 90%, relativo ao grupo que recebeu apenas metade da dose planejada na primeira das duas injeções.
Os países mais ricos, que já fizeram acordos para compra de doses da Pfizer/BioNTech e Moderna, garantiram também vacinas de pelo menos outras quatro fabricantes.
Enquanto os EUA firmaram acordo com a Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Janssen, Novavax e Sanofi, o Canadá lidera em doses per capita, com a compra de pelo menos nove doses por habitante. A Europa encomendou cerca de metade das vacinas prometidas por três farmacêuticas(Pfizer, Moderna e AstraZeneca) e possui ainda diversas produções locais, como das farmacêuticas Janssen, na Bélgica, da Sanofi/Pasteur, na França e Curevac, na Alemanha.
Folhapress