Já são mais de 227 mil casos de Covid-19 e 8,6 mil mortes no estado.
2020, um ano atípico, trouxe consigo o surto de um vírus que em pouco tempo levou a uma pandemia e hoje já contabilizam milhões de mortes no mundo. A luta continua constante, principalmente no que tange à busca de uma cura por meio da vacina.
“Há seis meses, a pandemia do novo coronavírus atravessa oficialmente as rotinas no Ceará. Tempo demais para quem segue desgastado trabalhando na linha de frente. Tempo de menos para a ciência que corre em busca de soluções. Tempo incontável para os mais 8,6 mil lutos. Tempo de esperança para quem padeceu da doença, mas se recupera”, destaca a Redação do Diário do Nordeste.
Para Marcelo Lucas, jovem estudante universitário que contraiu o vírus, a doença afetou muito mais que seu físico. “Afetou meu psicológico e todo a minha ‘rotina’ de vida. Claro que meu corpo foi bastante prejudicado: meus pulmões foram 50% comprometidos; fora que tive uma enorme queda de cabelos e até minha audição foi afetada. Mas além disso, afetou as pessoas que estavam a minha volta, a partir do medo de serem contaminadas por mim”, explicou ele.
O acadêmico ainda destacou seus receios e angústias. “No hospital, ao ficar internado, eu sentia medo de não sair com vida, apesar do meu quadro não ser tão alarmante como os dos outros ao meu redor. Mas esse medo era constante, eu via todos os dias pessoas morrerem. E eu pensava: será que o próximo sou eu?”
Se de um lado temos o paciente, do outro temos os profissionais da saúde que lidam diariamente com essa rotina, como é o caso da fisioterapeuta Anatália Nery, do Hospital Leonardo Da Vinci (HLV). Trabalhando na UTI com a Fisioterapia Intensiva, a profissional relata: “Estar na linha de frente foi uma experiência que eu nunca imaginei que viveria, foi realmente está no cenário de guerra e rezar todo dia para tudo isso passar, afinal, não lidamos apenas com números, mas sim com vidas, vidas reais, e vendo que se passaram 6 meses desde então é saber que cada minuto importa.”
“Eu acredito que para muitas pessoas a vida foi transformada, pois passaram a refletir o valor que a vida tem, o quanto ela é breve, o quanto ela é frágil. E a partir dessa pandemia passamos a dar mais valor inclusive ao ar que a gente respira. De uma forma geral, ficou uma lição muito grande para o mundo”, finalizou ela.